Quando precisas de um buraco para te esconderes
Estão duas senhoras juntas para atender, uma delas tem um bebé ao colo. Há um iogurte liquido, já vazio, que registo e pergunto se posso por a embalagem vazia no lixo, ao que a senhora que não tem o bebé ao colo responde:
- Sim foi o bebé que pediu, a mãe não gosta muito, mas fui eu que o habituei mal!
Ao que eu respondo:
- Pois, como se costuma dizer, as mães educam e as avós deseducam!
E é ai que a senhora responde:
- Avó!? Mas eu não sou avó! Eu só tenho 42 anos!
Foi aí que eu percebi que tinha metido "a pata na poça". Eu nunca fui boa a dar idades ás pessoas, mas desta vez, mais valia ter ficado calada. Pedi imensa desculpa à senhora. A senhora tinha alguns cabelos brancos, mas vendo de perto, não tinha qualquer ruga, não tinha cara de avó. E a outra senhora que tinha o bebé parecia muito mais nova, mas eram colegas e amigas, e quanto muito teriam dez ou quinze anos de diferença de idades, isto digo eu, mas se calhar mais uma vez, estou a errar no assunto.
Quanto mais eu me queria justificar, mais me enterrava. Cheguei a dizer que me pareceu ter ouvido a mãe do bebé referir-se à outra como mãe... e piorou ainda mais a minha imagem.
A dada altura a senhora diz que já não é a primeira vez que alguém achava que ela era avó da criança. Pareceu-me ter achado graça à história, mas eu fiquei incomodada e pedi imensas vezes desculpa. Disse-me que como o filho mais velho tinha 20 anos, até podia ser mesmo avó...e que estava tudo bem...