Cuidador, com muito amor
Hoje atendi um senhor, ciente habitual, repetente, um velhote dos castiços, mas infelizmente, muito amargurado pela vida e pela perda da esposa.
Costumava ir comprar fraldas de incontinência e pedir sempre fatura completa. Já não o encontrava há algum tempo, e pela última conversa, já pressentia que a esposa tinha partido.
Recordou-me que a doença de Alzheimer chegou precocemente á esposa aos quarenta e poucos anos e que assim ficou até aos 81 anos.
Falava sempre dela com tanto, mas tanto amor e cuidado. Foi seu cuidador com ajuda da filha. Mesmo, a senhora nos últimos 10 anos estando acamada, sem falar, ele achava que ainda não era a hora dela partir! Ele achava que o olhar dela mudava quando ele estava perto, e parece que só isso lhe bastava! Porque era só o que ela mexia, os olhos!
Esta dura e real história de vida, dava um livro. Nós criamos afinidades com as pessoas, e sempre me emocionava com o zelo dele pela esposa! Não conheço o senhor a não ser dali, mas ele sempre, pôde contar comigo para os seus desabafos. Também lhe disse que ela agora estava em paz e que já não sofria.
Não posso fazer muito , mas acredito que ouvi-lo também o ajudou.