Felizmente são casos raros, mas existe uma senhora, uma família porque costumam ir em grupo, mas é mais essa senhora, que tende sempre a empatar a fila.
Há sempre um motivo, quando não há, ela inventa. É uma confusão, porque não organiza, cada cupão com o seu cartão, depois a conta era para dividir, mas não avisou e tenho de anular artigos. Também costuma estar a falar ao telemóvel. Isto quando não desaparece e é preciso esperar por ela, porque é ela, quem paga!
Da última vez deixou dois elementos da família na caixa e foi para o balcão resolver qualquer coisa. Na hora de pagar, como ela é que tinha o dinheiro, e não estava, meti a conta em espera e atendi outro cliente. Ficou ofendida e disse que eu tinha de esperar porque estava a resolver uma questão.
O problema, não é eu esperar, é a falta de respeito por quem está na fila.
Quando a vejo no supermercado, já sei que vai haver demora. Chego a desejar que não me calhe na rifa, e eu até sou uma pessoa paciente, e que gosta de dar atenção, e fazer um bom atendimento aos clientes.
É preciso paciência, paciência infinita! E também se arranja para estas pessoas!
Uma cliente estava a arrumar os seus artigos nos sacos, quando me diz que se esqueceu de uma coisa e que vai, num instante, buscar!
Entretanto o tapete começa a ficar cheio de coisas, eu termino o registo e a senhora, nunca mais volta. Com a intenção de despachar as coisas, para que os outros clientes não fiquem á espera, vou embalando as compras da senhora nos sacos, colocando os detergentes nuns sacos e os alimentos em outros. Quando ela regressa, não trazia um, mas vários produtos. Quando vê que embalei os artigos nos sacos, despeja-os, dizendo que, tinha de levar as coisas separadas, porque havia coisas dela e outras da mãe!
De vez em quando, surgem estas pessoas assim, sem noção. Só fez foi empatar os outros clientes. Nós por vezes queremos ajudar, com o embalamento nas compras nos sacos, e as pessoas, são cheias de critérios para as compras irem nos sacos!
Estava tudo a correr normalmente, mas de um momento para o outro, as filas começaram a aumentar.
O Continente tem o balcão de atendimento, onde quem lá está, consegue perceber, normalmente, quando é altura de chamar mais alguém para as caixas.
No entanto, já por diversas vezes, os clientes me pediram para eu chamar alguém para as caixas. Isso voltou a acontecer. Eu disse que as colegas já iam chamar, porque eu até podia chamar, mas cada macaco no seu galho, e a situação ainda não estava nesse ponto de gravidade!
Por vezes não é possível chamar logo naquele momento, é só preciso terem um pouco de paciência!
Entretanto, um cliente que estava na fila, e que tinha com certeza ouvido uma outra cliente, já lá ter ido pedir para eu chamar alguém, diz-me:" olhe lá, estão ali duas colegas suas na conversa, não as pode chamar para a caixa!?"
Primeiro, fiquei com o meu ar de espanto a olhar para o senhor, depois procurei ver quem seriam as colegas. Quando percebi disse ao senhor:" olhe aquelas colegas não estão na conversa, é uma chefe , certamente a transmitir uma ordem de tralho à operadora de loja. Nenhuma delas é das caixas. E também é preciso pessoas para colocarem os artigos nas prateleiras!"
Isto é mesmo inacreditável, agora os clientes, querem ser eles a decidir quem vai para as caixas. Certamente metiam todas as pessoas nas caixas e depois não iam ter artigos nas prateleiras!
Agora, quase todos os estabelecimentos, sejam pequenos, médios, ou grandes, incluindo super e hipermercados, têm disponível pagamento com MBway. É prático, principalmente se nos esquecermos da carteira e tivermos o telemóvel, que nos dias de hoje, é mais difícil de ser esquecido. Por acaso, e por enquanto, não uso!
Costuma correr bem, na maioria das vezes! No entanto, aconteceu certa vez, uma senhora fez o pagamento, no visor surgiu a mensagem que habitualmente faz, quando vai dar o Ok. No telemóvel da cliente aparece a mensagem de pagamento efetuado, mas a operação não dava concluído no meu visor. A senhora viu a sua conta bancária, onde aparecia como o valor tendo saído da conta.
Como era a primeira vez que tal me acontecia, liguei para o balcão central, para saber como proceder. A minha colega verifica o sistema, e diz-me que assim eu poderia ficar com quebra (que era cerca de 100 euros). Para resolver a situação a senhora teria de repetir a operação, e se, por erro descontassem o valor duas vezes, o próprio sistema do Sibs, automaticamente, devolveria o dinheiro à cliente.
Estava eu a transmitir esta situação à cliente, quando a cliente que estava a seguir, pergunta se a posso atender, porque estava atrasada. Ao que eu respondo, que tinha de aguardar a sua vez, porque estava a meio de um atendimento. E ela responde "pois mas tenho uma consulta, os minutos estão contados!" Vai eu respondo-lhe que a senhora que eu estava a atender estava na vez dela e que quando há um problema é preciso tempo para o resolver e também lhe disse que se não resolvesse o problema, eu é que ia ficar prejudicada, e disse também que não tinha culpa de ela estar com pressa! Até que o marido desta concorda e pede desculpa por ela.
A senhora do MBway, aceita repetir o pagamento, e agradece-me a atenção e profissionalismo. Fiquei comovida, pela disponibilidade e educação dela. Agradeci-lhe também, e disse-lhe para se alguma coisa não estivesse bem, que podia voltar que devolvíamos o dinheiro. Ela disse que sabia disso, que sabia com quem estava a lidar!
O que foi realmente absurdo, foi a atitude outra senhora! Mas que falta de bom senso. Se tinha uma consulta, se estava atrasada, que culpa tinha a outra senhora, ou eu!? A responsabilidade era dela! Que se tivesse organizado melhor! Era por dois minutos, que foi o tempo a mais que demorou a resolver a situação, que ia chegar atrasada!?
Estamos na semana do cupão dos 15% em cartão em toda a loja. Nós perguntamos ao cliente se já usou o cupão ou se tem para usar.
Claro que acontece muitas vezes, ser nessa altura, que o cliente se lembra do dito cupão e quer ir imprimir no dispensador. Para evitar que se perca esse tempo, e se deixe clientes à espera, costumo ter um desses cupões de reserva e explico ao cliente que , se ele quiser, passo aquele, e assim ele escusa de ir imprimir. Sempre que é possível, faço isso. Se não der é porque o cliente já o tinha usado e este não dá para repetir!
Costuma resultar, e maioria dos clientes, até agradece.
No entanto, ontem estava a atender uma senhora relativamente jovem, no final da conta que passava dos cem euros e daria um bom desconto, faço a pergunta sobre o cupão. Ela diz que deixou em casa e que se esqueceu de imprimir. Sugiro usar o cupão que lá tinha e vai ela diz: " O quê!? Isso é que era bom! E depois o dinheiro vai para onde?!" Ao que respondo: "vai para o seu cartão! "Responde de volta: " Não, não, espere aí que eu vou lá imprimir um só meu!"
Lá foi a correr, uma fila de gente, demorou o tempo que precisou e veio com o seu cupão!
Despeço-me vai embora. A cliente seguinte diz-me "gabo-lhe a paciência, eu tinha a mandado a um certo sitio. Então você a querer facilitar!? Ai que nervos! "Esta cliente foi super amável e atenciosa, e no final, ainda me disse "obrigada pela paciência"!
Realmente, ao fim de tantos anos a lidar com o público, e com determinadas situações, até parece que já estamos vacinados, e já se leva na boa. Tipo é só mais uma!
Mas também sabe bem ouvir a compreensão e a valorização de outros clientes!
Estou tranquilamente a registar os produtos a uma senhora, que está acompanhada de outra jovem, talvez filha. Cada uma tinha um saco, e iam embalando os artigos.
A dada altura diz-me: "escusa de estar com pressa, que eu vou arrumar as coisas ao mesmo ritmo"!
Digo: "desculpe!?" ela diz: " escusa de estar com pressa, que eu vou arrumar as coisas ao mesmo ritmo, está bem?"
Respondo: "está bem"!
Ela diz em tom altivo, "obrigado"!
Ora se há coisa que eu sempre tenho em atenção é registar em função do cliente. Nunca fui de registar e atirar os artigos à pressa, porque quando me fazem isso (e há sítios que o fazem), e eu sou cliente, não gosto, ninguém gosta. Acelero um pouco se vejo que o cliente está com mais pressa e a acompanhar o meu ritmo.
Mas enfim, esta senhora certamente vinha mal disposta de casa e precisou de aliviar o stresse em alguém, tadinha!
Pergunto a um senhor se tem cartão continente, ele não responde. Repito a pergunta ele responde: "ESTOU A ABRIR O CASACO!"
Espero mais um pouco, ele retira o cartão continente mostra-mo e diz: "Esta aqui, mas não vale a pena, isto nunca dá nada"! Pergunto se quer o número do contribuinte na factura, responde que não. Paga com multibanco.
Depois do pagamento e do talão ter saido diz: "ah mas passe o cartão que quero descontar o saldo"!
É habitual existir no supermercado, pelo menos nos continentes, existe, consoante a dimensão do espaço, uma ou mais caixas "aptas a cadeiras de rodas", ou seja, o sitio onde o cliente faz o pagamento com o cartão multibanco está no final do tapete e mais baixo, para que uma pessoa estando sentada numa cadeira de rodas possa lá chegar!
No entanto, apesar de estar sempre a explicar ás pessoas porque o sitio está mais distante, parecem não entender. Ainda há dias uma cliente dizia "estão sempre a mudar o sitio disto, ainda no outro dia estava aqui"! Ou então dizem "ah agora meteram isto lá ao fundo!"
Enfim, eu por vezes já nem explico, não vale a pena!
Estava eu na ultima caixa, que por ter um poste, pode eventualmente não se perceber que está ali alguém. As outras caixas tinham clientes, a minha não.
Saio da caixa e vou ás filas perguntar se não querem passar à minha. Parece que ninguém quis saber. Entretanto vem um carrinho a chegar e vai logo para lá. A dada altura vai lá uma cliente e diz-me que eu a vi passar e que não a chamei. Até disse, que fiquei ali caladinha! Ao que eu respondi " se a senhora não me viu, como é que queria que eu adivinhasse que já tinha acabado a recolha dos produtos!?"
Isto porque as pessoas passam lá e muitas vezes estão só a meio ou no inicio da recolha dos artigos!
De outra vez, como não tinha clientes, aproveitei para limpar e desinfectar todo o posto de trabalho, atitude normal nos tempos de pandemia. Entretanto chega uma cliente, começa a por os artigos, e outra cliente, de outra fila, diz que pensava que eu ia embora porque estava a limpar o tapete. Respondo que como estamos em pandemia, é um procedimento normal, para fazer várias vezes ao dia!
Enfim, isto há situações que é preciso uma grande dose de paciência, para aturar certas atitudes!
Era um casal na casa dos quarenta anos, que não queria fazer distanciamento, e tivemos uma troca de palavras. Quando respondi que este procedimento já durava há mais de um ano, eles disseram que agora já não era preciso tanta coisa. Voltei a dizer que, ainda assim eles tinham de cumprir as regras como os outros.
E o homem diz para a mulher: " Deixa estar que o covid está acabar!"
Parecia querer dizer, que "a minha diversão, estava a acabar!" Porque devia de achar que me diverte fazer os clientes cumprirem regras! Até parece que fui eu, e era a única, a exigir distanciamento! Porque eu faço o que me apetece e não o que a empresa manda!