É uma situação muito comum, um cliente querer pagar duas contas (ou até mais) em separado, ou porque está a fazer compras também para outra pessoa, por uma questão de organização, ou pagamentos, ou até, porque faz compras para si e para a sua empresa, ou por outra razão qualquer. Sei, que para quem está espera e com pressa, é chato, mas é um direito que a pessoa tem.
Estava a atender uma cliente que , quando uma outra chegou eu ainda estava a terminar a primeira conta e o separador do cliente seguinte estava a marcar . Enquanto estava a tratar do pagamento e a finalizar, essa outra cliente, empurrou os artigos da cliente que estava a atender para o lado, e colocou lá os seus. Quando vou para começar o registo da segunda conta da cliente, os artigos dela, já lá não estavam.
Pergunto à cliente intrusa se tem prioridade, ao que ela responde: "não, pensei que estas coisas eram de alguém que tinha se esquecido de alguma coisa, e eu não ia ter de ficar à espera."
Respondeu a primeira senhora: " não, isso é meu"! A outra senhora ainda diz "mas você já pagou". Ao que eu respondo que são duas contas. Meio contrariada e zangada lá tira as coisas dela, para o fim do tapete.
Enfim, é preciso muita paciência. Paciência infinita!
Estou neste continente há duas décadas, e sempre me lembro deste senhor, já ser reformado, e bem disposto. Já me contou diversas vezes que foi carteiro, no tempo em que a distribuição era feita de bicicleta. Ao que me consta este senhor, parece estar a viver feliz e tranquilamente a sua reforma.
Quando o cumprimentei com "bom dia", ele respondeu: "bom dia com alegria"! Quando lhe perguntei "como está?" Respondeu: "vou indo devagar, devagarinho, e às vezes parado!"
Estou a fazer a conta a uma clientes, e, perante o valor alto, que lhe pedi, ela responde, entre risos: "ai que já me alarguei mais que o metro!"
Como já aqui disse, eu coleciono, estes ditos, máximas, das pessoas e comentei com a senhora que ainda não conhecia este. Ela explicou o significado e disse que na terra dela se usa muito!
Esta caderneta tem agradado à maioria dos clientes.
No entanto, sempre aparece alguém para contrariar . Houve uma cliente que quando leu "A vida passa a comer, é hora de organizar!", disse que o português não estava muito correto. Expliquei que a frase era uma espécie de um trocadilho, de "a vida passa a correr", só que focada no supermercado, onde a comida, é o mote principal das compras.
No final, ela disse que eu tinha toda a razão e que era a velhice que não a tinha feito entender! Senti que que ela entendeu, e que não vai mais contrariar ou criticar o português!
Há uma senhora, já com alguma idade e muito debilitada que vai, creio, uma vez por semana, fazer as suas compras. Vai com o filho que conduz, mas que não pode estar de pé, então fica a aguardar no parque. È uma senhora extremamente, simpática, agradecida, educada, atenciosa. Gosto dela!
Ela vai tirando os artigos do carrinho para o tapete, se tiver garrafões de água ou outros artigos pesados, ela sabe que vou lá eu, os tirar. Depois , para que seja mais rápido vou embalando as compras, porque a senhora não se consegue mexer muito.
Da última vez, que a estava a atender, e a fazer este procedimento, não o cliente seguinte, mas outro que estava na fila, diz em voz bem alta "É pah isso assim, tem de ser mais caro!" É inacreditável como as pessoas são, esta falta de empatia! Será que esta criatura, não entende, que se fosse a própria senhora a embalar as suas compras, ele ainda tinha de esperar mais tempo!? Coitada da senhora, que, se ouviu e percebeu a indireta, deve ter ficado triste!
Lá porque uns andam sempre atrasados, os outros não têm, que levar com as suas pressas!
Uma reportagem que passou na Grande Reportagem da SIC, que dos dá esperança.
"Em 2014 Ricardo Costa criou o primeiro Departamento da Felicidade numa empresa portuguesa. Além de prestar apoio a todos os colaboradores, gere todos benefícios que nesta empresa vão da flexibilidade de horários, ao seguro de saúde, passando por um serviço de engomadoria(...)"
Sabe sempre bem ouvir um elogio, sentir que não somos invisíveis, e que o nosso valor é reconhecido.
O dia do apagão, tivemos que nos desdobrar, porque não se contava com uma afluência tão grande, e foi preciso, ficar além do nosso horário.
A venda de vales, divulgar e apelar sim, mas pedir, para uma pessoa acanhada, não é fácil, mas sou muito ligada à causa animal, e isso deu-me alguma ousadia e até correu bem.
Estes dois elogios vieram da mesma pessoa, fiquei muito grata, e não os irei esquecer. Acho que um elogio quando é feito de maneira sincera e especifica, melhora a motivação e auto-estima e leva a um melhor desempenho no futuro.