Nos primeiros tempos da minha vida e até aos meus 20 anos de idade, sonhei ser professora de primeiro ciclo. Em miúda, sempre que iam crianças à minha casa, incluindo os meus primos mais novos, eu dava papel e lápis e punha-os a escrever. Mas tudo não passou de um sonho, que não foi possível concretizar!
Entretanto, com esta profissão de contacto com o público, e quando surgiram os livros, algumas pessoas me aconselharam a fazer uma formação em sociologia, porque tinha jeito.
No meu imaginário, eu vou para a universidade, que foi algo que sempre quis, faço sociologia, mas volto para o supermercado, crio uma caixa especial, " a caixa da socióloga", uma caixa , onde não há pressa, onde atendo quem tenha tenha vontade de conversar um pouco. Uma caixa mais lenta, mais virada para a humanidade, para os mais velhos, para quem tiver tempo, e juntava esta minha capacidade, ou dom, com estudo e formação!
Uma senhora ainda não tinha embalado todas as compras nem tinha pago, quando outra pessoa, já estava a passar para o tapete de saída, abriu inclusive o saco para me mostrar o que tinha lá dentro.
A principio, julguei que estava a acompanhar a senhora cujo atendimento ainda não tinha acabado e que a ia ajudar a embalar. Tirou até um livro de dentro do saco para me entregar para eu registar, quando a outra senhora, a olha de forma estranha.
Foi aí que entendi que eram duas desconhecidas, onde uma estava certamente, perdoem-me se ofendo, atordoada.
Nesse momento, eu disse que ela tinha de esperar, porque ali eu só atendia uma pessoa de cada vez!
A senhora que estava a ser atendida, na sua educação e humildade ainda diz "ah desculpe, se calhar sou eu que estou a demorar demasiado tempo!"
Ao que eu respondo imediatamente: "não, não, a senhora está no seu tempo, esta senhora é que tem de esperar!"
A outra senhora, a tal que aqui chamei de atordoada, respondeu dizendo: "abrissem mais caixas !"
Nem um pedido de desculpa, nem o reconhecimento do erro. Nada!
Só no fim do dia fui ver se tinha algum comentário no blogue, foi quando percebi que tinha estado em destaque, mas na página principal.
Agradeço o destaque, porque é um assunto que tem de ser falado e analisado. As opiniões, não são todas iguais. Desde que se comente com educação todas são aceitáveis.
Um dia de muito movimento e filas, um senhor de cadeira de rodas, pede licença para passar e passa à frente de todas as pessoas. É legitimo, é um direito, o direito da prioridade!
No entanto, o sr estava acompanhado da mulher e filha e foram elas que lhe colocaram os artigos no colo, deram a volta e ficaram à espera dele no lado da saída. Além disso passou à frente de um casal de velhotes, onde um deles dele, tinha um joelho com mazelas de uma queda e até marcas na cara. E quando a esposa deste senhor questionou da sua atitude, ele imediatamente levantou a voz e começou a discursar, o discurso da praxe!
Foi atendido, mas todas as pessoas viram a sua atitude, a sua falta de bom senso e o seu aproveitamento da situação, e não deixaram de comentar uns com os outros e até comigo!