Acontecem realmente situações extraordinárias com o número de contribuinte das pessoas. Tanta vontade de responder, mas lá me tenho contido.
Quando se tornou possível associar um número de contribuinte ao cartão do continente, estava longe de imaginar que a criatividade das pessoas ia fluir a cada dia.
A operadora pergunta ao cliente se quer o número de contribuinte no cartão, e o cliente em vez de responder sim, ou começa logo a ditar, ou inventa coisas, por exemplo, que o contribuinte está atrelado! O que dá vontade de responder: "A sério!? Não me diga! E como foi que isso aconteceu!? Quem foi que fez esse trabalho!?"
A última foi que o contribuinte estava atribulado! Pensei dizer:" coitadinho, mas deixe lá, há-de ficar bom!"
Estava a atender um cliente, já na fase do pagamento, onde é necessário fazer algumas perguntas, sobre o saldo do cartão, sobre a fatura e até divulgar alguma campanha.
No entanto, o cliente seguinte, já está a chamar, resolvi ignorar, porque naquela fase, não podia estar a responder. Mas como esta pessoa devia de "estar com o rabo a arder", começa aos murros no acrílico para me chamar atenção. Olhei para a pessoa com um olhar assustado, e fiz sinal com a mão para esperar. A pessoa só queria saber uma indicação que bastava ler o rótulo do artigo!
Não sei se é assim em todos os supermercados, mas, no continente, quando a fatura é com número de contribuinte e o valor é superior a €100, o sistema pede os dados do cliente, tipo, nome, morada, código postal.
Estava a atender um cliente que queria a fatura com contribuinte, e, ao carregar, no sistema, apenas tinha o número de contribuinte já associado e os outros campos estavam preenchidos com um "X". Então, comecei por perguntar ao cliente, o primeiro e último nome, afim de preencher o "quadro". E ele com ar desconfiado, pergunta para que quero eu saber. Então eu digo-lhe que é para para preencher corretamente os seus dados, e até virei o ecrã para ele ver como estava no sistema. Então ele respondeu: " Não quero nome, nem moradas, só o número". Insisto que é para os dados ficarem corretamente preenchidos, ao que ele responde:" então, mas uma pessoa já não tem direito à sua privacidade? Não quero mais dado nenhum aí!"
E pronto, desisti. Assim ficou. E este cliente não deve ser o único, há outros clientes que têm campos preenchidos com o tal X, não sei se o motivo é o mesmo.
No meu caso já não é a primeira pessoa que diz para ficar com o X e não colocar lá os dados!
Não sei bem porque pedem contribuinte, mas querem privacidade!
Uma senhora está a colocar as suas compras no tapete . Deixa um espacinho em cada grupo de artigos e diz-me que são três contas. Vai, um distinto senhor que está atrás diz: "isso assim não pode ser, não tenho tempo para estar à espera!" A senhora passa para o lado de saída sem responder ao senhor, mas diz-me que agora ainda vai fazer pior, e vai arrumar tudo nas calmas! Como a senhora estava no seu direito, porque não é proibido a mesma pessoa fazer várias contas, nem me pronunciei.
Assim fez, e o senhor esperou, e não disse mais nada!
Por vezes, há situações que são mesmo embaraçosas. Há quem se esqueça que existem câmaras de vigilância nos supermercados. Fui informada que determinada cliente foi vista a fazer batota com uns preços de um artigo da peixaria, digo assim, para não entrar em pormenores e não dar ideias a outros como ela. .
O que fiz foi descolar, retirar o artigo, e registar. A cliente em questão apenas queria pagar umas sardinhas e levar à borla uma posta de outro peixe, que era de um preço bem mais elevado!
Mas a cliente não teve qualquer tipo de incómodo, pois já lá voltou outras vezes e de vez em quando, tenta a sorte.
Será que ela imagina que já sabemos todos que tem esta atitude e que a vemos da forma que vemos!?