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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

Quando os clientes acham que nós estamos a embirrar

Não sei o  porquê, mas, por vezes, quando pedimos ou dizemos alguma coisa aos clientes, eles acham que estamos a embirrar. Logo eu que tento sempre fazer tudo o que a empresa delega, porque além de ser a minha obrigação, estou de acordo com a maioria das normas, mesmo que haja alguma coisa que não esteja, cumpro!

Um  senhor levava 6 garrafões de água do Luso de 7 litro,  peço para colocar um em cima do tapete, fica zangado e diz ou não mete nenhum ou põe os 6. Ainda lhe digo que basta um e que multiplico, mas ele diz "umas vezes não é preciso, outras é..."  Respondo : "ponha então os 6, é preferível, obrigada!"

Estando em cima do tapete, nem é preciso grande esforço, confirmo melhor o fundo do carrinho, porque está completamente vazio, por isso não me importo e assim a birra do cliente, não me afeta!

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De outra vez, outro cliente deixou no carrinho para eu contabilizar uns quantos patés para gato, que apesar de alguns serem o mesmo preço, por serem de sabores diferentes, faz com que o código seja diferente, e, nesse caso é necessário registar consoante o sabor. Pedi para os colocar todos sobre o tapete, e disso que além de ser um artigo leve, tinham códigos diferentes. Deve ter ficado zangado e atirou com os patés para cima do tapete. 

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Quando os registei, além dos sabores diferentes, havia até um com o preço diferente. disse-lhe, mas a pessoa nem quis saber, ficou convicto que eu é que estava mal!

Pêssegos vermelhos e nectarinas

A fruta quando vai dentro do saco, que é meio opaco não se percebe se é pêssego vermelho ou nectarinas. Tenho de pesar a fruta na balança da caixa. Pergunto á cliente se são pêssegos ou netcarinas que leva. Olha para mim, mas não responde.

Julguei que fosse estrangeira. Então, resolvi abrir o saco que estava atado para ver. Diz-me logo: "porque está a abrir o saco?" Respondo: "Para ver se era pêssego ou nectarina, eu perguntei e como a senhora não respondeu" Ao que a pessoa responde: "então o preço é o mesmo!" Explico: "Pois, mas o código é diferente e nós aqui marcamos  os códigos e não os preços!"

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Haja paciência!

Falta de humildade e de educação

Um senhor chega à minha caixa começa a colocar as compras no tapete e diz "vocês enganaram-me"! Nem perguntei o porquê daquelas palavras, porque ele disse logo a seguir: "estava no site que tinham água da marca y, cheguei cá , não tinham!"

Pergunto se precisa de saco, diz que não! Digo-lhe que o cesto vermelho não vai à rua, e ele responde com audácia " Ah não!? E como é que quer que eu leve as coisas, às costas!?" Respondo: " pois não sei, isso o senhor é que sabe, só  o estou a informar que esses carrinhos só circulam cá dentro, os grandes é que vão ao parque"! Ao que ele me responde: " pois , mas os grandes são muito pesados e eu sou doente ontológico, já lhe vou mostrar o papel!" Respondo: "não precisa de mostrar papel nenhum, porque uma coisa não tem nada a ver com a outra, só o estou a informar de uma regra, que nada tem a ver com prioridade ou doença." Insiste que vai levar o carrinho, e eu respondo: "olhe faça como entender, eu não sou fiscal!"

Há pessoas que não vale mesmo a pena, gastar energia. Não são humildes, nem educadas!

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Nem a pandemia civilizou as massas

Olá a todos! Peço desculpa por esta ausência, não por falta de situações para contar, mas por falta de tempo!

A situação continua a não estar fácil. Com o passar do tempo , cada vez mais, as pessoas querem deixar as regras, tapam os olhos à sinalética que continua lá exposta. O pessoal acha que isto já passou,  e que agora é hora de voltar ao antigo normal! Que pena, estas regras ficavam tão bem se ficassem para sempre, desde que não fosse preciso a nossa intervenção e insistência constante!

É cansativo estar constantemente a pedir por favor para que façam distanciamento, quando as pessoas querem, na sua maioria,  estar encostadas, bem juntinhas, umas das outras. Quererem entregar artigos pesados em mão, não respeitando o acrílico, o semafro, nem a nossa saúde física.

Tento limpar o mais possível o tapete a cada cliente, mas a maioria quer despacho e não se importa com a limpeza.  Tanto que uma pessoa corre de panos e spray nas mãos!

Já estava tão cansada de repetir e pedir pelo distanciamento que deixei que uma senhora me implorasse para eu pedir aos outros que não se colassem a ela, parecia que estava até a sentir-se mal, pois já se abanava. Senti-me culpada porque falhei ali, naquela situação!

Os clientes sem compras, continuam a passar pela linha de caixas, roçando nas pessoas que estão a ser atendidas, ou chocando nos carrinhos, quando têm um local próprio para sair. É uma falta de civismo e de bom senso!

Mesmo com tanto tempo de pandemia, não foi possível civilizar as massas!

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O esforço dos braços para empurrar os produtos

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Devido ao covid-19, é preciso um esforço maior com os braços para empurrar os produtos pelos rolinhos lá para o fundo do tapete, e por isso tenho sentido mais dores nos braços. No entanto, julgo que com a continuação , o corpo se vai adaptar! Também tento evitar esforços desnecessários!

A medicação também é muito importante e ajuda.

Felizmente agora os clientes têm comportamentos mais corretos, mas sei que quando tudo isto passar, tudo volta a ser como antes, mas depois logo se vê! Agora , é agora!