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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

Fazer sala na caixa

Normalmente as pessoas vão ao supermercado com pressa. É algo que acontece muito e que já desisti de entender porquê.

Mas também é facto que essa pressa só se nota mais nas filas, porque quando se anda de corredor em correr, quando se encontra alguém conhecido,  para conversar um pouco,  o tempo aí não é escasso.

No entanto, o que vejo acontecer diversas vezes e me chega a incomodar, é o tempo que os clientes demoram para pagar e sair da caixa, para desocupar o tapete de saída:

  • Demoram  que tempos para abrir  a carteira, que depois não era aquela, arrumam uma , retiram outra.
  • Entretanto há uma carteira para moedas, outra para cupões, outra cartões.
  • Também há uma carteira que tem lá de tudo, mas que não se acha nada!
  • Depois acontece que não se acha o cartão continente, e é preciso tirar tudo de dentro da mala, mas afinal estava no bolso do casaco porque o tinha utilizado para imprimir os cupões à entrada!
  • De seguida, se peço trocos, logo me arrependo, porque é outra odisseia.
  • Posteriormente, o cliente ainda fica um pouco a olhar para o talão e não sai de dali, e eu não posso passar ao cliente seguinte, enquanto este não sair, porque convém desinfetar o tapete de saída entre clientes, além de não misturar os produtos.
  • Também é nestas alturas que querem ter dois dedos de conversa.
  • Depois de tudo pago, esperar que  voltem a colocar o troco na carteira das moedas, os talões não sei onde.
  • Seguidamente quando eu já tinha desejado um bom dia e despedido, ainda voltam a se despedir.

Recentemente tive de pedir a uma casal que ficou lá encostado a ver os descontos, se não se importavam de se afastar porque tinha mais pessoas para atender. Pediram desculpa, dizendo que estavam distraídos, mas na altura de estarem na fila, estavam com pressa!

É que nestes momentos, não devem de ver/perceber que estão a empatar. Claro que as pessoas precisam do seu tempo para efetuar o pagamento e retirar os artigos do tapete, mas há clientes que parece que ficam ali, a fazer sala!

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Principalmente, nos tempos que correm, onde temos de manter o distanciamento , a desinfeção do tapete, era importante que os clientes fossem breves nestes momentos, para permitir o atendimento aos próximos clientes!

Dia da segurança e saúdo no trabalho

Cá estou novamente para relembrar que este é o dia da segurança e saúde no trabalho. Agora, devido à pandemia, é ainda mais importante que se assinale este dia.  Mais do que nunca, a sensibilização para a adoção de práticas seguras no local de trabalho é importante e pode até salvar vidas.

Na minha perspectiva, de operadora de caixa, há medidas que são essenciais continuar a ter em conta, nomeadamente o levantamento e movimentação de pesos, o distanciamento social, o uso da máscara, a lavagem das mãos e o álcool gel ( medidas de higiene), o respeito pelos espaços (não invadir para além das barreiras acrílicas), o respeito pela sinalética .

Nós trabalhadores estamos na linha da frente, os clientes precisam de nós e nós precisamos dos clientes, por isso é uma missão em conjunto!

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O que vale mais:? Aquilo que é falado ou o que está escrito!?

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É frequente, quando fazemos algum pedido a um cliente ou chamamos atenção por algum incumprimento, eles dizerem: "e onde é que isso está escrito?". É muito bom quando conseguimos argumentar com algo que está  escrito, mesmo que seja em forma de recado, em cartaz, panfleto, pois quando apenas referimos ser norma da empresa o caso fica bem mais difícil de argumentar! Muitas vezes eles nem lêem a sinalética, mas se ela lá estiver, podemos apontar, reforçar! É algo que sustenta aquilo que falamos!

Por exemplo, muitos clientes têm o hábito de passar com o fundo do carrinho com os sacos que trazem de casa, todos abertos, ou em monte, temos de pedir para que os mostrem. Muitos não gostam desse pedido e "torcem o nariz". Claro que se os mostrassem ou os levassem de forma a que não existisse qualquer suspeita, não teríamos de pedir. É que muitos não entendem, ou não querem entender o motivo do nosso pedido, e dizem que já os pagaram, ou que até nem os compraram naquele supermercado, mas sim em outro! Muitos sabem até que no meio daquele montinho de sacos é possível que vá um brinde esquecido ou não!

Felizmente já existe um bom leque de clientes que os mostra sem qualquer pedido. Chama-se a isso um acto civilizado. São pessoas conscientes e compreensivas que sabem se colocar no lugar de quem ali está, e que apenas quer fazer o seu trabalho, o melhor possível!

Não precisa de ser uma lei, um artigo, basta um escrito, já ajuda resolver determinadas questões!

Água continente

Estou a atender um senhor, que levava um garrafão de água da marca continente no carrinho, como é hábito já sabermos o código, o senhor apenas me informou que levava lá a agua. Mas eu disse-lhe que aquela água era diferente e que não tinha o código.

O senhor insistiu "mas é da marca continente" Eu digo: "mas essa é diferente, é alcalina"! Ao que ele responde: "mas não é para beber"!?

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Usar a máscara suja e com o nariz de fora

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Num destes dias um velhote que tinha a máscara bastante suja e ainda o nariz de fora, pediu a uma senhora se o deixava passar só para pagar o pão. Ela acedeu.

De seguida perguntou-me onde estava o segurança para lhe perguntar porque deixou o senhor entrar com a máscara naquele estado. Disse também que a máscara devia de estar cheia de baterias, e que além de ser prejudicial para a própria pessoa também contaminava os outros com quem se cruzava!

É uma verdade, aparecem montes de vezes pessoas com as máscaras sujas, já para não falar do nariz de fora. Certa vez, disse a uma velhota para que tinha o nariz de fora e ela respondeu que era asmática, e fiquei sem saber o que responder; outra vez disse a um velhote, e ele olhou-me com ar de zangado!

Também já uma senhora disse que os velhotes já lhes falta o dinheiro para medicamentos e comida quanto mais para máscaras. No entanto, creio que em alguns casos, seja mesmo desleixo, falta de cuidado, falta de informação!

Realmente é mesmo preciso tomar conta deste assunto, fazer-se alguma coisa porque a circulação destas pessoas com as máscaras neste estado é mesmo preocupante! É um perigo de saúde publica!

"Eles" não dormem, andam sempre por aí...

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Continua esta invasão de espaço, esta falta de respeito pelo acrílico, os fura-acrílicos, não nos dão descanso! Já não sei onde esconder o meu álcool gel. Porque será que está ali um acrílico? Porque será que a empresa investiu na colocação de barreiras acrílicas? Para ficar bonito!? Não! é para não ser transposto!

Até para passarem o cartão continente enfiam-se por ali a dentro, quando podiam passar do lado de fora. É que assim, prefiro passar eu o cartão do que ter de levar com a invasão.

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Podiam apenas responder não!

Terminou a campanha de angariação de alimentos para a cruz vermelha.

Muitas pessoas, que observam de fora, não tem noção do que nós tivemos de ouvir, sentir,  ultrapassar, com tudo isto. Não é fácil, além de todas as nossas tarefas, ainda termos de pedir aos clientes se querem contribuir. Quando muitas pessoas tinham era  pressa, e nem ouviam até ao fim. E depois, há as pessoas que contribuem com ou até dois artigos, as pessoas que até contribuem com o cabaz inteiro, as pessoas que dizem NÃO e as pessoas que aproveitam o momento para criticar, para irem buscar histórias, que verdadeiras ou não, nós ali, não  teríamos que as ouvir, as engolir, mas já que estamos a dar a cara, que remédio!

Eu contribui, pois mesmo que algumas histórias sejam verdadeiras, mesmo que não seja tudo perfeito, pelo menos fiz a minha parte, e fiz achando que estava a ajudar alguém que precisa, porque não sei se também eu poderei vir a precisar!

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O continente é considerado um sítio seguro

Estou a atender um casal, já está outro cliente com os artigos sobre o tapete do outro lado, quando mais um avança. Peço-lhe que aguarde. Pergunta porquê! Respondo: para manter o distanciamento!

Então responde-me: "ah mas no intermaché, já não ninguém faz isso!" Ao que eu respondo: "pois é coitados, mas o continente é um sitio seguro!" E depois mostrei-lhe o "nosso" selo covid safe e disse-lhe que o outro supermercado não o tinha conquistado!

«A marca “Covid Safe” é apenas atribuída a organizações que respeitem as orientações da Direcção-Geral da Saúde (DGS), da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) e da Organização Internacional de Trabalho (OIT).»

Ainda esta manhã precisei de ir a um  intermaché, e constatei isso! A pessoa que estava atrás de mim, nem me deixou pagar em paz, nem retirar os artigos, veio logo encostar-se! E ninguém (funcionário) disse nada! Mas eu disse e olhei-a nos olhos!

Felizmente no continente o distanciamento é obrigatório! É uma luta todos os dias para que alguns clientes o façam, mas a maioria já sabe e cumpre!

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Clientes flexíveis como os gatos e com bichos carpinteiros

Os gatos passam por qualquer espaço sem se magoarem. A explicação é que os gatos não têm clavícula , mas sim uma cartilagem  no lugar, que permite que se consigam mover, esticar o corpo e entrar em lugares estreitos.  

Os clientes desde que existe o acrílico também se esticam todos, enfiam os braços pela janela, invadem o nosso espaço, estão sempre  furar tudo. Ainda não atingiram, que se há um vidro à frente,  é para não entrar/furar. É que não compreendem, é  uma coisa que incomoda. Tenho uma esferográfica à frente e mesmo estando envolta em acrílico já um cliente a conseguiu  apanhar! Quando o vi com ela pensei: " mas como é que ele a tirou e nem vi"!?

Outra coisa, eles parecem ter  bichos carpinteiros, pois também é um desassossego e mexem em tudo, é que há coisas que podem ver com os olhos e não com as mãos. Por exemplo,   tenho um montinho de sacos organizados, e em vez de pedirem, vão lá tirar (para quê, se primeiro tenho de os registar) ! Se meto o spray de limpar o tapete à vista pegam nele e metem nas mãos! Aquilo não é álcool gel! Lá tenho de esconder o frasco.  As faturas, que quando saem em triplicado e fico com uma, guardo-as ordenadamente com um clip atrás da caixa registadora, até aí tentam chegar, porque acham que o papel é deles!

Por vezes,  só me apetece dizer como se diz aos miúdos: "aí não se mexe!"

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