A primeira caixa do supermercado onde trabalho (caixa1), é uma caixa apta a cadeiras de rodas, ou seja, a passagem é mais larga e no final o sitio onde o cliente coloca o multibanco para pagar é mais baixo, para ficar ao nível de uma pessoa que está sentada numa cadeira de rodas. De resto funciona igual ás outras caixas.
Mas sempre que lá estou, as pessoas, evitam a dita caixa. Uma vez chamei uma senhora e a resposta "Não, não obrigada! Depois vem um prioritário e tenho de dar a vez, e já estou aqui há muito tempo"! Expliquei à senhora que que mesmo em outra caixa se aparecer um prioritário ela teria de dar a vez, porque agora todas as caixas são prioritárias, aquela apenas é mais indicada para pessoas em cadeira de rodas. Veio para a minha caixa e disse-me que mesmo que aparecesse alguém, tinha o direito de não dar a vez! Não entrei mais em conflito, e deixei-a falar!
Sempre que alguém está naquela caixa a tendência das pessoas é não ir lá, porque não querem dar prioridade, quando a prioridade é igual em todas as caixas. Aliás, agora a prioridade tem de ser ainda com mais bom senso, já que estando o tapete cheio de artigos, o prioritário tem de aguardar para que o distanciamento seja cumprido,e, será imediatamente atendido a seguir!
Uma cliente diz um disparate qualquer e quando percebe o erro pede desculpa e conta-me que anda desnorteada por causa do Natal, porque tem três filhos e tem uns quantos netos e que queria ter todos lá em casa, não tendo de escolher, e que o governo não deixa.
Digo "mas acha que vão lá a sua casa contar as pessoas?" Ao que ela me responde "olhe, já não digo nada!"
Fiquei a pensar na senhora, será que há mais pessoas assim, com este sentimento!? Devia de lhe ter dito, que era para proteção dela, que as coisas iam melhorar, que teriam outras oportunidades de voltar a estar todos juntos. Mas isto para uma avó, não deve nada fácil!
Estou a terminar o atendimento a um cliente, digo ao próximo para avançar. A cliente avança, mas não coloca logo as compras no tapete. Quando olho para o atapete já está todo molhado. A senhora tinha um frasco grande de spray na gabardina, e tal como um agente secreto ia dando ao gatilho do sray e deixando tapete todo desinfetado. Perguntou se eu ia secar ou se queria que ela limpasse. Claro que eu disse que limpava. Já do outro lado, a senhora desinfectava as mãos, fê-lo umas duas ou três vezes. Reparei que tinha um crachá que dizia "distanciamento social de 2 metros"!
Há de tudo "neste " supermercado, pessoas que se estão nas tintas para o vírus e que querem é despachar-se, e pessoas assim, de extremos! Também existe o meio termo, claro!
As votações para os Blogzillas do Ano estão na última semana. Acho que como finalista já fiz a minha campanha eleitoral, aqui pela Sapolândia e pelas outras redes. Não tenho grande jeito para a politiquice! Caso queiram lá ir espreitar é por aqui.
Um dos pontos mais positivos para mim, foi o facto de ir espreitar cada um dos outros blogues finalistas, e passar a seguir muitos deles, que de outra forma não os conheceria. Afinal ainda existem bons blogues da escrita.
Obrigada aos organizadores deste certame por este trabalho, mesmo em tempo de confinamento!
Um cliente chega à minha caixa, depois dos cumprimentos, diz:
"Olhe não quero saco, não tenho cartão continente, não quero contribuinte e vou pagar em dinheiro!"
Registo tudo ao senhor, e pergunto se tem cartão continente. Imediatamente me recordo que o cliente já tinha dito que não, peço desculpa e digo que já faço esta pergunta em modo automático.
O senhor disse que compreendia, e sabia que nós repetíamos a mesma história vezes sem conta, e a intenção era me poupar a esse trabalho. Não deixou de ser um momento engraçado!
Por vezes também acontece os clientes darem logo o cartão no inicio, mas como a pergunta está programada para o fim, volto a pedir. E muitos deles dizem "mas eu já lhe mostrei" ou " outra vez?!"
É mesmo verdade isto está tão automatizado, que já sai mesmo sem ser necessário. Inclusive, há certas frases que digo no trabalho, que depois repito no dia a dia, por exemplo, alguém me agradecer qualquer coisa e eu responder "obrigada nós"!
Até quando durmo, nos meus sonhos, digo estas frases e ouço o bip da caixa registadora!
Um senhor depois de já ter o tapete de receção de artigos cheio de artigos, alguns sobre os outros, e de eu já ter registado alguns, tendo também o tapete do outro lado meio ocupado, deixa no carrinho várias garrafas de bebias alcoólicas e tencionava me as dar em mão, uma a uma do lado de saída. Ora, além de não ser permitido passar com as coisas não registadas para o outro lado, como é que eu ia controlar o que já tinha registado e o que tinha para registar!? Para mim, a intenção não era boa!
Disse-lhe que não podia ser assim, reclamou, fez birra! Tudo porque tinha de esperar que o tapete rolasse um pouco para ter espaço para colocar os restantes artigos.
Nem com um vidro alto à frente perdem a mania de entregar os artigos em mão, de estar próximos, de não se distanciarem, só falta se deitarem no tapete para chegarem mais perto de nós, não percebem que têm de colocar os artigos atrás e que o tapete os trás até nós!
Não se habituam a ter comportamentos mais civilizados e corretos!
Estou a atender um casal, e, como eles já estão do lado lá, chamo o cliente seguinte para que vá colocando as suas compras no tapete. O senhor, já de alguma idade vem e a primeira coisa que faz é empurrar as coisas do outros casal para ter mais espaço para as dele. É uma mania que nem a pandemia tirou, esta de uns mexerem nas coisas dos outros, e neste caso, até era desnecessário, pois o tapete anda e faz esse trabalho.
O homem do dito casal ao ver aquilo, resolveu ir falar com o velhote que lhe havia mexido nas coisas e disse-lhe para ele não fazer isso porque, ele, por exemplo, trabalhava num hospital e podia não ser bom ele estar a tocar nos seus produtos.
O velhote lá aceitou a dica do outro senhor, mas logo a seguir em vez de esperar atrás da sinalética, avançou demasiado ficando quase colado ao outro senhor. O outro senhor encolheu os ombros e disse-me: "não vale a pena, não entendem!" Ou seja, estar colado aquele senhor ainda era pior que estar a mexer nos seus artigos!
É que isto é tão repetitivo e mesmo assim é difícil de assimilar, porque a maioria das pessoas até parece compreender e aceitar, mas depois...esquecem-se!
E depois existem aqueles que como eu insistem e persistem para que tudo seja cumprido, mas há outros colegas, que resolvem, muitas vezes, fazer a vontade aos clientes. Não é uma critica porque até entendo que por vezes seja mais fácil, menos cansativo, mas assim torna-se mais difícil chegar a bom porto!
Afinal, parece que o covid-19, pode ter como um dos sintomas, diarreia. Cheguei a essa conclusão recentemente, depois de algumas conversas com quem teve essa experiência , e pude comprovar através das minhas pesquisas, incluindo esta do site da TVI24:
«Segundo as conclusões do estudo, a covid-19 tende a começar com febre, progride para tosse e dores musculares, seguem-se as náuseas e vómitos e, por fim, diarreia. »
Será que foi por este motivo que se deu no início da pandemia a corrida ao papel higiénico!?
"Pode começar a registar já as minhas coisas!" Pede uma cliente mesmo vendo a pessoa que terminei de atender, ainda a retirar os sacos no tapete e a colocá-los no carrinho!
"Tem só esperar só um bocadinho - digo eu de spray e o pano na mão - para o espaço ficar livre e limpo"! Ao que ela me responde em tom de segredo : " Mas é que eu estou com muita pressa!"
Encolho os ombros e respondo "pois!" Naquela altura, não me ocorreu dizer mais nada!
Já passaram cerca de nove meses das novas medidas, do distanciamento, do uso da máscara, do acrílico, da sinalética, e, ainda há quem não perceba que quando um cliente já está no tapete de saída, o que está no tapete de recepção dos artigos, tem de colocar os artigos na zona demarcada a verde, ou seja, o mais atrás possível (as coisas depois rolam e chegam sozinhas à operadora) e aguardar atrás da sinalética que está no chão!
Mesmo que não concordem, devem de cumprir o que é pedido, e o que está sinalizado! Cada cliente quer ter as suas próprias regras, muitos não querem aceitar estas, mas ao estarem sempre a refutar, estão também a desgastar quem trabalha ali!
Se existir um pouco de tolerância, paciência e compreensão, o dia corre melhor para todos!