Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

O volume ocupado pelas caixas dos cereais

O supermercado estava com muitas pessoas, cerca de três pessoas em espera por fila. Uma senhora, que levava várias caixas de cereais, umas quatro talvez, pede-me se pode deixar as caixas comigo e levar os cereais apenas nos sacos interiores (é um hábito que as pessoas têm agora, dizem que ocupa espaço).

 

Julguei que vendo ela as filas, seria ela que as ia tirar, mas pediu-me que fosse eu. Com educação respondi, que não tinha tempo, porque tinha pessoas para atender. Vi  pela sua cara que ficou desagradada. Pareceu-me que tinha desistido e colocado tudo no carrinho. Mas não, como na caixa atrás da minha não tinha lá nenhuma operadora, deixou lá as caixas vazias do cereais! Teve o cuidados de as deixar umas dentro das outras.

 

Conclusão: tudo bem que ocupa espaço, mas imaginem que faziam isto, e depois quando iam pagar, percebiam que faltava dinheiro  e era preciso anular artigos (acontece muitas vezes). Uma vez que as embalagens já estavam estragadas, não seria possível devolver o artigo. Por isso, acho melhor, que só abram as embalagens, depois de feito o pagamento.

 caixascereais.jpg

 

 

O juízo aumenta quando aumenta a idade!?

Estava a atender um casal já na terceira idade, que estavam só às turras, discutiam, pelo que tinham comprado, pelo que faltava , e disputavam quem era o mais guloso, entre coisas do género.

 

Cumprimentei-os, só um respondeu. Continuei, o registo, e a zaragata continuava também. Até que o velho manda um berro à velha, que me faz assustar e digo "ai" (é certo que eu também me assusto facilmente).

 

Nada os fez parar, mesmo depois  de saírem dali, ainda iam zangados.

 

idadeterceira.jpg

 

Nunca é demais agradecer à fonte de inspiração

agradecimentos.jpg

Eu (operadora): Obrigada a todos os clientes que têm passado pela “minha” caixa de supermercado, pois são vocês, a minha maior fonte de inspiração, para a escrita e crescimento, deste blogue!

 

E como suponho, que o agradecimento seja mutuo...

 

Eles (clientes): Obrigado Anabela, por nos ter colocado debaixo da sua lupa!

Onde fica a saída sem compras? E a entrada?

É uma pergunta muito frequente, pelo menos, nos supermercados. Claro que cada um tem as suas regras, por isso, vou falar do continente, porque é o  que conheço melhor.

 

A saída convém que seja feita por onde é a entrada, porque o espaço é mais amplo. E agora,  perguntam vocês: "então e não se pode sair pelas caixas?" Eu respondo:" sim, até podem, mas, ora pensem: estão lá pessoas com carrinhos e artigos, têm de pedir licença, as pessoas têm de se desviar, interrompem o atendimento. Por vezes é só mesmo por terem de dar mais uns passos. Acham bem?"

 

Então e as entradas , que são pela porta principal (normalmente no cimo tem escrito Bem Vindo ou mesmo Entrada), mas as pessoas também querem entrar pelas saídas das caixas, se apanham uma "cancela" aberta, porque vezes nos esquecemos de fechar, aproveitam logo e até querem entrar pela saída das caixas selfservice.

 

Parecem cachopos rebeldes, sempre a quebrar regras!

benvindocontinente.jpg

O preço dos sacos poderá subir para 15 cêntimos

imagem123654.jpg

 

Sei que a minha opinião à cerca desta subida de preço dos sacos de plástico, não agrada muito, mas mesmo assim, eu confesso que  acho bem. Por vezes, é só mexendo na carteira das pessoas que  se consegue algo. Parece que não adianta campanhas de sensibilizações ambientais. Nem aquela notícia de uma baleia ter morrido por ter no estômago 80 sacos de plástico, tocou em todas as pessoas.  

 

Os sacos começaram a ser pagos em  2015 e três anos depois, a redução já se faz sentir, mas ainda não chega. Ao que percebi vendo as notícias, a proposta veio através do PAN,   (incluída no próximo Orçamento do Estado) e será posta em prática em 2019. 

 

Ainda há dias, uma cliente comprou um saco para levar um garrafão de 6 litros de água, quando próprio garrafão tem uma asa.

 

Já ouviram falar nos 4 R's do ambiente? Cá em casa foi o membro mais novo, que nos ensinou e faz todo o sentido pensar nisso: Reduzir,  Reutilizar, Reciclar, Reparar.

 

Pegando no exemplo dos sacos, pode reduzir o consumo (usando apenas para produtos frescos),   podendo usar antes sacos de outro material, tipo ráfia; pode reutilizar, usando-o várias vezes nas compras; em relação ao reparar, pode entender-se como  lavá-los, e limpinhos, duram mais; finalmente  dá para reciclar, colocando-o no ecoponto certo no final,  não deixando por aí, a voar nas ruas.

Ela não largava o telemóvel

Já aqui comentei várias vezes, o facto de estar a tender um cliente, que está a falar ao telemóvel, e nem se dá conta, do que está a fazer,  do tempo que demora, e da falta de civismo que essa acção é!

 

Uma vez, uma cliente emigrante, disse que lá onde vive, nas caixas há um sinal que proíbe o uso do telemóvel, deve ser como nós temos nas bombas de combustível. Claro que cá em Portugal e atualmente, o uso do telemóvel, faz falta, pois há aplicações, para uso do cartão cliente, para pagamento, não daria por isso, para proibir o seu uso. No entanto, um cartaz a pedir gentilmente que não falassem ao telemóvel, quando estão a ser atendidos, seria uma boa opção.

 

Claro que há chamadas e situações urgentes, e que têm de ser atendidas.

 

Um destes dias, uma senhora atendeu o telemóvel, quando estava a colocar as compras no tapete. Pelo que percebi, eram aquelas chamadas a oferecer cartões de credito, ou operadoras de televisão. Então a senhora falava alto e dizia "então faça lá a proposta, que depois eu vejo se me convém" e o "blábláblá", continuava. Parecia estar a dar uma lição ao pessoal de como se desenvencilhar dos chatos dos senhores que nos ligam para oferecer coisas. Mas, despachar as coisas no tapete, estava em câmara lenta. As pessoas olhavam, mas não comentavam.

 

Quando desligou olha para mim  e diz: "ai estes parvos só ligam para atrapalhar"! Olhei-a,  nem respondi, porque se respondesse era para dizer: "parva é a senhora, que lhes deu conversa, em vez de arrumar as suas compras e fazer os outros esperar"!

 

aotele.jpg

 

 

Pagar só depois de tudo arrumado?

pagardepois.jpg

Por vezes eu sou uma pessoa muito observadora e concentrada, mas por outras, sou  distraída e deixo passar algumas situações,  à minha frente, sem me dar conta!

 

No entanto,  no meu universo, de pessoas que atendo na minha caixa, tirei uma conclusão: grande parte das pessoas aprecia o facto de nós auxiliarmos e esperarmos que o cliente arrume as suas compras e só depois lhes perguntar-mos, se tem cartão, se tem cupões e lhe pedirmos o valor. E por vezes, o tempo  que se demora é o mesmo, pois não adianta, o cliente deixar os artigos por arrumar a meio, para ir á carteira e pagar, se depois, temos de esperar que retire os artigos. E uma coisa eu não faço: ter produtos de um cliente ainda no tapete, ainda que embalados, e começar a registar as compras do cliente seguinte.

 

Um dia uma cliente, não quis ajuda a embalar porque queria separar as compras, porque tinha artigos para duas casas diferentes. Eu deixei que a senhora arrumasse, até os arrumou num instante. Vi que ficou agradada de ter este tempinho. A pessoa até pode deixar os cartões a jeito no inicio de colocar as compras, se tiver tempo.

 

Também há clientes que são um speed arrumar as compras, que nem deixam o cliente que estava a sua frente sair, já lá estão a preparar os sacos...

 

Mas seu perguntasse a cada cliente, julgo que a maioria gostaria de ter tempo e espaço para primeiro arrumar as compras, ou dentro de sacos, ou apenas dentro do carrinho a granel, mas só lhes pedirmos o dinheiro, os cartões etc, quando tudo estivesse acondicionado.

 

Estou certa?

Pág. 1/3