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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

Quando precisas de um buraco para te esconderes

Estão duas senhoras juntas para atender, uma delas tem um bebé ao colo. Há um iogurte liquido, já vazio, que registo e pergunto se posso por a embalagem vazia no lixo, ao que a senhora que não tem o bebé ao colo responde:

 

- Sim foi o bebé que pediu, a mãe não gosta muito, mas fui eu que o habituei mal!

 

Ao que eu respondo:

- Pois, como se costuma dizer, as mães educam e as avós deseducam!

 

E é ai que a senhora responde:

- Avó!? Mas eu não sou avó! Eu só tenho 42 anos!

 

Foi aí que eu percebi que tinha metido "a pata na poça". Eu nunca fui boa a dar idades ás pessoas, mas desta vez, mais valia ter ficado calada. Pedi imensa desculpa à senhora. A senhora tinha alguns cabelos brancos, mas vendo de perto, não tinha qualquer ruga, não tinha cara de avó. E a outra senhora que tinha o bebé parecia muito mais nova, mas eram colegas e amigas, e quanto muito teriam dez ou quinze anos de diferença de  idades, isto digo eu, mas se calhar mais uma vez, estou a errar no assunto.

 

 

Quanto mais eu me queria justificar, mais me enterrava. Cheguei a dizer  que me pareceu ter ouvido a mãe do bebé referir-se à outra como mãe... e piorou ainda mais a minha imagem.

 

 

A dada altura a senhora diz que já não é a primeira vez que alguém  achava que ela era avó da criança. Pareceu-me ter achado graça à história, mas eu fiquei incomodada e pedi imensas vezes desculpa. Disse-me que como o filho mais velho tinha 20 anos, até podia ser mesmo avó...e que estava tudo bem...

 

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Nem sempre há motivo para reclamar

Acho que por vezes as pessoas reclamam, sem razão. Em relação aos cupões, a empresa oferece tantas opções para os clientes os usarem e não se esquecerem deles. Se não vejamos: mandam cupões para casa, inventaram uma maquineta (dispensador de cupões) que imprime na loja uma segunda via dos mesmos, mandam uma SMS com o código, se a data do fim se está a aproximar e as pessoas ainda não o usaram, existe ainda a aplicação no telemóvel...

Isto porque um dia destes a dita maquineta estava avariada, porque também é normal que aconteça, e as pessoas faziam comentários sem nexo, desagradáveis. Acho que estão é mal habituadas.  Faz-me lembrar a altura em que o continente dava sacos térmicos na compra de congelados, depois se um dia não os tínhamos, começavam logo a dizer que éramos obrigados. E não era uma obrigação, mas sim uma gentileza do continente para com os clientes.

E outra coisa, quando imprimirem todos os cupões, e depois há alguns que devolvemos porque o cliente não leva os artigos, a maioria das pessoas diz: " pode por para o lixo, que depois imprimimos outra vez". Não se lembram do papel que se gasta, e do que isso implica no ambiente!?

Cada cliente é que tem de se organizar, planear a ida ao supermercado, verificar se tem os cupões, sacos, carteira, etc.

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O funcionamento dos cupões dos 15%

Sempre que há estes cupões, as pessoas têm dúvidas, apesar dos mesmo, já  não serem novidade.

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Vem tudo lá escrito, e nós avisamos e sublinhamos no talão de compra, porque também vem lá mencionada a data ,  referindo que o saldo daquele cupão tem de ser descontado naquele período, caso contrário, desaparece. São regras, se não gostam, paciência,  mas não venham dizer que é malandragem!

 

Felizmente há clientes, que até gostam destes cupões, porque o valor acumulado é razoável, e têm uma semana para usufruir do desconto...

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Ler o verso também é importante.

Foi ao carro buscar sacos e nunca mais voltou...

Estou a atender uma senhora, pergunto se precisa de sacos, e ela responde que o marido foi buscá-los ao carro.

 

A senhora tinha um carrinho de compras bem cheio. O tapete começa a ficar sem espaço, e o marido nunca mais regressa. A pessoa que está a seguir começa a ficar preocupada, e diz à senhora se ela não pode ir colocando as compras no carrinho. A senhora tenta telefonar ao marido e ele não atende.

 

Como o marido continua sem aparecer, a dona das comparas e a cliente que está a seguir, vão colocando as compras a granel no carrinho, apesar de a dona das compras estar a dizer que vai ter dois trabalhos, referindo-se ao facto de depois ter voltar a colocar as compras nos sacos.

 

O que é certo é que atrapalhou ali um bocado o atendimento, e o dito marido, nem depois de tudo pago,  colocado no carrinho, apareceu.  

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Valerá a pena o esforço de ir trabalhar doente?

Acho que depende do tipo de emprego! 

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O meu dia de trabalho de ontem, é para esquecer, mas também para tirar lições.

 

Eu estava praticamente sem voz, afónica, devido a uma constipação. Mas como me sentia bem, e já  estava a tomar antibiótico, fui.

 

Só que os clientes, não me ouviam, e neste trabalho, estando em contacto com o publico, a voz faz-me imensa falta. Tinha de me esforçar imenso, e além das perguntas habituais, ainda tinha de relembrar aos clientes o funcionamento do cupão de 15%.

 

A maioria dos clientes foram extremamente solidários e preocupados comigo, ofereceram-me água, rebuçados, desejavam as melhoras,  no entanto, houve um que disse "você não pode estar aqui assim, é perigoso"! Entendi que ele estava com receio que contagiasse.

 

Pior que a rouquidão, foi uma crise de tosse que tive. A tosse não parava, quase nem conseguia respirar, a cliente que estava a acabar de atender, cheia de cuidados comigo, a tentar ajudar, a perguntar se queria que chamasse alguém, e eu não a não conseguir responder. Queria telefonar para o balcão para pedir para me retirar um pouco, mas não conseguia falar, fiz sinal, porque estava cá atrás, mas a colega não entendeu o que se estava a passar e primeiro fez sinal que eu não podia sair, mas logo a seguir deu-me permissão. Foram uns minutos angustiantes e difíceis.

 

Lição que tirei é que nestas situações o melhor é ficar em casa! Isto porque, estava a atender o público e a precisar da voz. Prejudiquei-me  e deixei os clientes receosos...

 

O carrinho, não marca vez, na fila do supermercado

Um casal deixa o seu carrinho na fila junto ao tapete, e vai buscar alguma coisa. Chegam umas pessoas, com um carrinho, e como não viram por ali os donos do tal carrinho, encostaram-no ligeiramente para poderem passar com o deles. Já o tapete, estava meio de artigos, chega o casal, dono do outro carrinho, que teria aparentemente ficado a marcar lugar.

 

Assim que chegam, começam a reclamar de  terem tirado o carrinho deles do sitio. Só que as pessoas que estavam a colocar os artigos, cheias de razão, disseram logo, que o carrinho não marcava vez, e que sendo eles dois, se não queriam perder a vez, teria ido apenas um deles. Mas estes, sempre a reclamar, e diziam "não tinham nada que tirar o nosso de onde ele estava". Durante uns momentos, estiveram ali numa troca de palavras. Não me meti...Porque se falasse era para dizer que "O CARRINHO NÃO MARCA VEZ!" E, teria de dizer também,  que a operadora de caixa não poderia estar ali, parada, à espera deles, quando havia clientes para atender!

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