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Por vezes parece que há clientes que só querem arranjar um motivo para reclamar, como se isso os fizesse sentir melhor. E na falta de um motivo realmente válido, arranja-se um!
Chega um senhor (talvez na casa dos 65/70 anos) á minha caixa e diz-me que precisava de falar com o Belmiro, pois tem uma reclamação para fazer. Então, achando eu que era brincadeira, pergunto do que se trata.
Cliente: Está à venda manteiga de vaca que termina a validade daqui a doze dias e vocês não podem ter aquilo lá à venda.
Eu: Então e porquê!?
Cliente: Porque um pacote de manteiga, não se come em doze dias!
Eu: E porque não? Se for uma família numerosa, até se come em menos tempo!
Cliente: Mas lá em casa sou só eu e a minha mulher!
Eu: Então escolha outra manteiga com um prazo mais alargado!
Cliente: Mas aquilo não pode lá estar, quem não repara, leva aquilo para casa!
Eu: Mas a opção de ver os prazos e saber se lhe convém ou não levar o artigo é do cliente - digo isto esforçando-me para manter o dialogo civilizado, mas já a perder a paciência.
Cliente: Deixe estar, que eu tenho o contacto da SIC e vou chamá-los para virem cá, e depois vamos ver se tiram aquilo de lá ou não!
Eu: O senhor faça como entender, mas olhe que aqui está sempre tudo dentro da lei, porque estamos sempre a ser visitados por pessoas que garantem que tudo está nos conformes!
E foi assim. Até agora, não entendo, o porquê da insistência!
Um homem aí na casa dos 30 anos, dizia-me: "Olhe pode me por as coisas nos sacos!" Pensei que certamente ele teria algum problema físico, e olhei para ele. Foi então que ele me disse: " É que eu não sei separar as coisas e depois a minha mulher ralha comigo"! Eu disse-lhe que era fácil, era só não misturar comida com detergentes. Mas, fiquei com a ideia que da próxima vez ele vai fazer o mesmo pedido, ou por preguiça ou porque tem medo da esposa :)
Já por diversas vezes tive de assistir a discussões de casais na caixa. Normalmente discutiam por causa das compras, dos preços, das quantidades. Mas desta vez foi diferente. Eram palavras mais duras, o homem chamava a mulher de mentirosa, dizia-lhe que ela não sabia o que era amar, e coisas do género. A mulher secava as lágrimas dos olhos e pedia em voz baixa, para falarem no carro, ao que o homem em voz bem alta respondia, que falava onde ele quisesse. Isto tudo na fila com outras pessoas, tudo em silêncio, apenas se ouvia este homem. Até fiquei incomodada, tentei não olhar de frente para eles, foi a senhora que pagou e levou as compras e o senhor foi atrás dela.
Um casal jovem.
Que situação!
Há tantos gelados bons para combater o calor, e tão saborosos. Mas descobri este, tudo por causa de estar em promoção e de ver tantos clientes a comprá-lo. Tantos registei que decidi que também tinha de provar. E este de morango é o segundo, também já provei o de baunilha. São mesmo bons, cremosos...
Estou na primeira caixa, a dois metros do balcão de informação. A cliente que estou a atender confessa-me que se esqueceu do cupão dos 10%, e como está tão perto da nova máquina que imprime os cupões, digo-lhe para ir lá imprimir. Estando ali tão perto, ia demorar cerca de um minuto, se estivesse mais longe eu colocava a conta em espera. Mas a cliente que estava a seguir, disse logo num tom altivo :"então e eu fico à espera!?" Ao que eu respondi : "é rápido"! Sempre esta intolerância e impaciência nas filas!
Hoje e ontem foram dias cheios no supermercado. Cheios de clientes, filas, gente. E porquê!? Porque é no dia 10 de cada mês que os pensionistas, e todos aqueles que recebem subsídios da segurança social recebem o seu "salário"! Esta afluência também se regista no final do mês e no dia do recebimento da função pública. Então o que se pode concluir!? Que o dinheiro só se movimenta quando o temos connosco. E se nós temos de esperar o recebimento para que este se movimente, também o país tem de esperar por ele para subir, certo? Ora se houvesse mais empregos, ou se aumentassem os ordenados, podia ser que o dinheiro circulasse como nos dias do recebimento, mais vezes! Era bom para todos!
Mas isto é só a lupa de uma simples operadora de caixa, a magicar!
Estou a atender uma cliente, que está ao telemóvel. E parte da conversa era assim:"Estou no intermaché, vim comprar umas coisas, se quiseres vem cá e bebemos um café!" E eu sem saber se lhe devia de dizer o local exacto onde a senhora estava, mas e depois ela ia pensar que eu estava a ouvir a conversa...se bem que era inevitável que eu ouvisse.
Não sei se fiz a melhor opção, mas acabei por não dizer nada!
Depois de sair, costumo ir, quase sempre, fazer umas compritas. Resolvi comprar um saco ecológico. Quando o abri para colocar as compras, o que é que encontrei colado no seu interior!? Uma pastilha elástica. Fiquei tão surpreendida que mostrei à colega que estava a registar as minhas compras, disse-lhe:"olha só o que aqui está!" A cliente que estava a seguir e que já estava colada no meu espaço é que respondeu: "ah uma pastilha elástica"! Entretanto fui embalando as minhas compras. Depois de ter pago, não sei como, peguei na carteira e no cartão continente que estavam à minha frente. Dei dois ou três passos à frente e quando ia colocar o cartão na carteira, vi ao abrir a carteira que a mesma não me pertencia. Voltei logo atrás e percebi que a carteira era daquela cliente que estava comigo na fila. Pedi desculpa, e disse que como a carteira estava no lado tapete onde eu ainda tinha as minhas compras e como era muito parecida com a minha, a tinha apanhado por engano. A senhora felizmente não se importou muito, e até disse que nem tinha dado conta por eu a ter levado. Mesmo assim, fiquei tão envergonhada pelo meu lapso!
É certo que eu podia estar mais atenta, mas se a senhora não estivesse no meu espaço antes de chegar a sua vez , esta situação podia se ter evitado. Volto a dizer que faz falta algo, como certos bancos têm, uma linha a marcar o espaço, para que o cliente a seguir só avance quando o anterior tiver feito o pagamento e tirado as compras!
Post com recorte .