Já alguma vez vos aconteceu estarem a falar com uma pessoa de nacionalidade brasileira e sem querer responderem também em brasileiro!? Aconteceu-me hoje com uma senhora lá no supermercado, quando esta me fazia uma pergunta, mas pedi logo desculpa, não fosse ela pensar que eu estava a gozar. Ela até achou graça eu é que fiquei atrapalhada :)
Hoje um senhor chegou com um molho de agriões e dizia-me que aquilo eram espinafres. Se é coisa que eu sei distinguir bem, quer na horta quer na prateleira do supermercado, são estes legumes... mas tentei não teimar com o senhor. Ainda lhe perguntei se ele queria trocar por espinafres, mas ele disse levava "aqueles". Fiquei sem perceber se ele queria realmente levar espinafres ou agriões...
É muito comum os clientes levarem um montinho de talões da Galp e pedirem para repartir a conta em parcelas de 15€ ou de 30€ de forma a os descontarem todos. O complicado é quando esta situação acontece num dia de grande movimento. Quem está na fila desespera com a demora, porque pagar, fazer troco, entregar talão, recomeçar de novo, leva o seu tempo. Mas o sistema permite esta situação e a operadora de caixa não pode negar este pedido do cliente. Da ultima vez que este episódio aconteceu as pessoas que estavam na fila começaram a barafustar, e as frases que ouvi mais foram:
" Se fossem todos assim, isto parava!"
" Você não devia permitir isto!"
"Isto é um abuso!"
Tento me abstrair e não ligar, mas nem sempre é fácil, porque se por um lado os clientes têm todo o direito em usar o maior número de descontos possível e assim poupar algum dinheiro, por outro lado quem está na fila acaba por esperar mais que o normal!
Hoje não vou contar um episódio com clientes, mas sim, partilhar uma receita , que é um doce e tem o nome de "Mais-Que-Bom", do livro "A Leopoldina e a aventura do Sabor", que fiz. Apesar do meu maior talento não ser a cozinha...não ficou mal, pois não?
Na fila está uma jovem e quase que encostada a ela está uma idosa com três artigos na mão. Esta idosa parecia-me estar com a jovem, pela atitude de estar tão “colada” a ela! Mas, mal acabei de atender a jovem, diz-me a senhora idosa: “ esta juventude, a ver que eu só tinha estas coisitas e nem me deu a vez!” Foi quando percebi que elas não estavam juntas. A jovem ao ouvir isto ainda disse: “ Por acaso pediu-me alguma coisa? Não gosto nada que se encostem a mim e que me pressionem. Pensa que por ter idade pode tudo!?”
A idosa apenas baixou a cabeça, e já não respondeu, certamente, porque sentiu que a jovem tinha alguma razão, ou porque teve receio de um maior confronto. Acho que com educação e civismo tudo se consegue, e foi o que aqui faltou por parte da senhora mais velha!
Uma cliente pergunta-me se lhe posso dar sacos grandes. Eu dou, mas digo que não tenho muitos porque os ditos sacos, são destinados a artigos grandes. A senhora diz que lhe dá mais jeito aqueles e até diz com um ar severo que se for preciso paga-os, porque assim coloca tudo lá e até poupa em sacos, uma vez que dois lhe bastam. Antes que houvesse chatices dei-lhe logo os sacos grandes. Começa a ensacar as latas de comida para animais. Quando acaba de encher o saco e o vai pegar para colocar no carrinho, diz: "ah...está tão pesado...eu não posso com isto!" Não me ofereci para ajudar, porque aquele peso ia me deixar com uma valente dor de costas. Mas a senhora, decide então tirar as coisas do saco grande e dizer que afinal quer antes sacos pequenos. Era previsível, mas enfim! O tempo que demoramos enquanto outras pessoas tiveram de esperar, podia ter-se evitado!