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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

Sobre mim

Talvez por culpa minha, muitos dos leitores continuam a tratar-me por Caetana, por isso resolvi actualizar aqui o meu perfil, que ficou assim:

 

Olá, o meu nome é Anabela Neves, a “Caetana” para muitos de vós, pois era  o pseudónimo que eu usava no  blog. Com a chegada do livro (Outubro de 2011) a minha verdadeira identidade foi revelada.  Este blog conta essencialmente,  situações passadas no ambiente de um supermercado. São, basicamente, as peripécias vividas por mim, enquanto operadora de caixa, em interacção com os clientes. Espero que gostem, que se divirtam e que reflictam sobre o assunto :)

Falta de cortesia

Por vezes acontece, os clientes despejarem as compras daqueles carrinhos vermelhos de puxar, e deixarem-nos lá no meio do caminho. É uma falta de cortesia, porque quem vem a seguir, se quiser passar é que tem de os desviar. Do meu posto eu nem sempre os visualizo. Da última vez que este caso aconteceu, uma senhora tropeçou e quase caía. Custa assim tanto não deixar o carrinho no meio do caminho? O trabalho é igual, é uma questão de civismo!

 

Atender crianças é divertido :)

Chega à minha caixa um menino com o seu mealheiro e um brinquedo (um pião beyblade). Era de manhã mas ele disse "boa tarde", eu sorri e disse-lhe "bom dia!"-  ao que  ele respondeu que estava sempre a enganar-se. Depois, muito educadamente, perguntou se podia despejar o mealheiro para eu contar e ver se o dinheiro chegava para pagar o brinquedo. Felizmente, não estava ali mais ninguém na fila e deu para contar todas as moedas. Ele ainda me disse: " mesmo que gaste tudo, não faz mal, eu quero é ficar com o brinquedo"! Que minutos animados  foram, tanto para mim, como para ele (acho eu). Ainda olhei em volta a ver se estava acompanhado, pois não devia de ter mais de 9 anos. Certamente os pais deviam de estar por perto! O preço do brinquedo era de 15, 99€ e o dinheiro era quase à conta!

E lá foi ele todo contente com o mealheiro vazio , mas com o seu brinquedo! Que bons momentos!

kidsbayblayd.jpg

Então as coisas não vão para os sacos?

Considero-me uma pessoa ponderada no que diz respeito aos clientes. Raramente dou uma resposta sem pensar primeiro. Mas por vezes, há aqueles clientes que me tiram no sério, mas mesmo assim acho que consigo ser educada e prestativa.

 

No outro dia, atendia duas senhora, talvez mãe e filha. Colocaram o cartão de cliente no meio das compras, parecia que queriam brincar às escondidas, para ver se eu o encontrava. Estava camuflado numa embalagem da mesma cor e por pouco que eu nem o via. Enquanto elas colocavam as compras no tapete eu embalei algumas coisas, mas quando elas passaram para o outro lado deixei de arrumar. Agora eram elas que tinham de o fazer, já que eram duas e havia outros clientes na fila. Mas elas não embalavam ficaram as duas a olhar para mim. E às tantas diz a cliente mais nova (talvez na casa dos 40 anos).

Cliente: Então as coisas não vão para os sacos? - ao que eu respondo, sem ponderar, mas que se calhar devia de me conter e não responder assim.

Eu: Se lhe der uma ajuda, vão!

 

Primeiro olharam-me e depois começaram a arrumar as coisas. Estava uma cliente na fila com vontade de rir...e depois a mesma quando estava a ser atendida, gabou-me a paciência.

 

Espero que esta minha resposta não tenha sido ofensiva!

Clientes que pensam saber coisas!

Estou no meio do registo das compras de uma cliente. Outra cliente que tinha apenas dois artigos pergunta a esta se pode "só pagar duas coisitas". De boa vontade, mas sem saber que no meio de um registo, isso não é possível, esta cliente responde que sim! Quando a senhora me vem entregar os seus dois artigos para eu passar, eu digo que não dá para fazer o registo uma vez que estou no meio de uma conta. Fica a cliente a olhar para mim, e a dizer: " não consegue!? Mas eu pedi a esta senhora"!

 

O que me deu a entender foi que esta cliente achou que eu não conseguia por ser incompetente e não porque não era mesmo possível! Haja pachorra!

patateta.jpg

 

Açucar no vinho

 

Acontece cada cena no "meu" supermercado! Agora que estamos na altura da confecção (não sei se será o termo certo) do vinho, repete-se a busca pelo açucar. Levam quantidades muito elevadas. Ontem mesmo, um senhor levou cerca de 15 sacas de açúcar amarelo, cada saca tinha 10Kg, e ainda reclamou porque queria levar mais sacas e não havia. Não entendo muito do assunto, nem da necessidade de tanto açúcar, mas já por diversas vezes ouvi dizer,  mesmo de outros clientes que estando na fila assistem a estas situações, que era ilegal colocar açúcar no vinho.

 

Ontem no fim do meu turno, passei pelo corredor do açúcar e reparei que estava quase vazio! Parece que os clientes andam todos numa correria ao açúcar!

Que falta de respeito...

A falta de respeito é uma coisas que me tira do sério. Estou a fazer um troco a um velhote, daqueles a quem é necessário fazer a contagem moeda a moeda, nota a nota,  devagar, e está um fulano a chamar em voz alta e como se estivesse em pleno direito e não estivesse ali mais ninguém: " ó menina está a ouvir ou não...onde é que estão os fósforos"! Tenho de me abstrair daquele ruído horrível para que o velhote entenda o troco, e depois ainda tenho de ouvir o outro cliente a dizer: " olha...não responde"!

Que falta de educação!

 

 

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