- Não passe a lexívia...não passe o garrafão da água! - diz a cliente em alta voz!
- Então a agua e a lexívia já pertencem ao outro cliente! - Deduzo eu!
- Era meu, mas como estou a pé já não vou levar! É muito pesado. Levo outro dia!
Então se estava a pé porque levou os artigos para o tapete rolante? Foi um lapso de memoria? Tudo bem, isso acontece, mas que tal falar de outra maneira, do tipo desculpar-se e retirar os artigos de cima do tapete?
Como já sabem, começaram ontem dia 17, uma serie de cupões, daqueles que o Modelo ou o Continente enviaram para casa. Desta vez são mesmo muitos e diversificados. O que eu gostaria de pedir eram que lessem tudo, principalmente as datas. Sugiro até, que os destaquem pelo picotado e que os coloquem por ordem de datas na vossa carteira com um clipe. Ontem, uma cliente entregou-me o envelope, que nem sequer o abriu. Tive de abrir o envelope, procurar o cupão correspondente, e como foi num momento de algum movimento notei impaciência nos outros clientes. Se o que realmente todos queremos é rapidez, podemos todos ajudar um bocadinho.
Se tiverem atenção aos cupões e os usarem adequadamente podem poupar e muito. Por exemplo se forem comprar apenas dois ou tres artigos de um total de cinco euros e derem o cupão de 10%, não vão ter mais que 0,50€ no cartão; mas se usarem o cupão numa compra de 100€, irá para o cartão 10€! Façam contas, escolham as melhores datas. Há que saber usar, para melhor puderem poupar! Ou querem poupar sem fazer um esforço?
Eu costumo ir uns minutinhos mais cedo para o meu posto de trabalho, afim de poder instalar-me melhor. Nós temos de distribuir as moedas pela gaveta conforme nos dá mais jeito. Este processo não demora mais que um minuto, é rápido. Quando vejo que há muitos clientes em espera, abro logo a cancela para que o primeiro vá colocando os artigos. Faço isto desde sempre. Acontece que um destes dias um cliente, reclamou sem razão de eu estar a arrumar as moedas. Ele foi injusto, pois abri a cancela para ele ir colocando as suas coisas de forma apressar o processo e ele disse que eu podia arranjar as moedas depois! Só me apeteceu foi dizer-lhe que para a próxima deixo-o á espera enquanto arrumo tudo!
Por vezes tenho momentos no meu trabalho, que me fazem sentir bem. Gosto de falar com todos os clientes, mas há aqueles que são especiais. Têm alguma característica que os diferencia dos demais... Hoje esteve lá um senhor, que é actor de teatro. Já falei dele aqui numa ocasião em que eu estava rouca (constipação) e ele me aconselhou uns truques para recuperar a voz. É uma pessoa já vivida e com uma cultura, que dá gosto falar com ele. Eu aprendo sempre umas coisas. Ele fala comigo sem altivez ou presunção. Conseguimos ter um dialogo super interessante e até o casal que estava a seguir interveio na conversa. E eu que até estava com a auto-estima um pouco em baixo, e fiquei muito bem disposta por poder ter uma conversa inteligente e enriquecedora. Há dias assim...
Depois do mini-pilhão chegou o mini-rolhinhas. Procure por um no supermercado Modelo e recicle.
As rolhas de cortiça recicladas não são utilizadas para produzir novas rolhas, mas têm muitas outras aplicações, que vão desde a construção civil à industria automóvel ou aerospacial.
Será que alguém tem a noção das vezes que nós operadoras de caixa, repetimos as mesmas frases por dia? Exemplos:
Bom dia!
Tem cartão Modelo?
Verde/código/Verde
Obrigada!
Bom fim-de-semana!
Parabéns! Ganhou cinco euros no seu cartão por ter atingido 500€ em compras!
Terão noção que ao repetir-mos estas frases vezes sem conta, chegamos a um ponto, que podemos trocar o momento das frases? Por exemplo dizer-mos a uma segunda-feira: “ bom fim de semana!” Acham que se errar-mos o momento da frase, já somos consideradas, incompetentes, distraídas ou ignorantes por não sabermos decorar um mísero textozito?
Pois eu não esqueço aquela senhora, toda tia carregada de uma forte maquilhagem, que me olhou com desdém porque eu fiz essa troca. Ouvi ela a comentar com a amiga, a palavra “coitadinhas”! Mas que cena!
Quando esta cliente chega á minha caixa, ela aproxima-se até ficar á minha frente e diz-me: “ ai menina, não sei se preciso de um ou de dois sacos! Que lhe parece? Acha que só um chega?” Eu estranhei a pergunta, mas pensei que talvez pudesse ser alguém com princípios ecológicos. E como ela tinha tantos artigos, eu disse que se calhar um não ia chegar. E ela ficou preocupada, e como eu não estava a perceber, perguntei: “ não gosta de sacos, é ”? E ia continuar, mas ela interrompeu, dizendo: “ não gosto é de os pagar!” Que desiludida que eu fiquei! E tive de lhe dizer que ali não eram pagos! Eu a dizer isto e a cliente, a mudar radicalmente de opinião e a pedir uma dúzia deles. Ou seja se os sacos fossem pagos ela levava um ou dois, sendo de graça ela levou tantos que lhe perdi a conta.
É como eu digo, uma questão de habituação, se nos habituarmos a pagar os sacos também nos habituaremos a trazê-los de casa!
...de flores. Pois é, este cliente tem o hábito de nos chamar nomes de flores. Um dia, quando me chamou Hortênsia eu perguntei, porque me chamava assim, e ele respondeu que era porque não sabia o meu nome. Vá lá pelo menos são nomes de flores, podia ser pior, já que este cliente de vez em quando nos prega uns sermões do antigo regime ou algo do género (umas grandes secas)!
Quero vos falar do facto de a operadora começar a tender um cliente, quando o outro ainda têm os seus artigos sobre o tapete. Desde o inicio de eu estar no Modelo que me disseram: " nunca comeces a passar os artigos de um cliente se a cliente anterior ainda tiver sacos cheios os artigos espalhados pelo tapete rolante". É aquele momento em que o cliente acaba de pagar e está a pegar nos sacos ar ir embora. Eu aguardo sempre que o ultimo saia. Acho até que seria uma falta de educação começar a passar coisas para cima das coisas de outrem, não faria sentido. O muito que pode acontecer é eu passar uma ou duas coisas colocá-las no saco e segurar no saco até o espaço estar livre. Sei que há lugares onde não têm esse cuidado, pois já vi cientes andarem a discutir de quem é aquele artigo ( se houver artigos iguais entre dois clientes), mas ali funciona assim. E é assim que tem de ser, certo?