Precisei de ir a outro supermercado comprar um artigo, e lá fui. Na hora de ir pagar vejo um corredor cheio de pessoas, nem percebi logo que era a fila para pagar. Fiquei estupefacta! Uma fila enorme, uma só caixa a atender e não se ouviu uma só reclamação! Acham normal? Se aquilo acontecesse no Modelo, havia uma revolução!
A propósito do post do dia 9 de Outubro, (em jeito de brincadeira) quero então revelar a todos a principal razão pela qual deixei de contar episódios passados com os clientes nesta caixa. Ela simplesmente deixou de existir! Foi apagada! Já não reside neste Modelo! Não sei se é para sempre ou se será por um período determinado...
Quando um cliente me pergunta pela caixa expresso, eu digo com um certo prazer: "já nãotemoscáessacaixa!"
Eu sei que não é justo. Muitas vezes um cliente que só tem dois ou três artigos, ter de esperar o tempo de um carrinho esvaziar não é agradável, mas os problemas que aquela caixa gerava, eram muito grandes. Uma das ultimas vezes houve insultos e só não houve porrada porque chamaram a segurança a intervir. Uma lástima!
Espero assim, que a dita caixa fique na sombra por um bom tempo, e se voltar, que volte com alguma característica que a torne mais agradável, quer aos clientes quer aos colaboradores.
Mesmo estando todos os dias a lidar e a registar artigos, há sempre artigos que desconheço. Muitas vezes passam coisas que nem sei o que são ou para que servem.
Na minha caixa está um senhor já de certa idade, com um pacote de pensos para incontinência, diz-me: " menina estes pensos são para homem, certo"? Não estava à espera daquela pergunta, e peguei na embalagem e lá dizia realmente for men. Respondi afirmativamente ( desconhecia mesmo que existia este artigo, ou nunca tinha reparado, achava que os pensos de incontinência eram unissexo). Mas o senhor estava ainda com outra dúvida, e prosseguiu: " olhe é a primeira vez que estou a comprar isto, isto põe-se por dentro ou por fora?" Felizmente estava uma imagem na embalagem e disse ao senhor para colocar como estava na figura. Coitado do senhor, fiquei com pena dele, não deve ter sido fácil expor aquela dúvida, e eu nem estava devidamente preparada e informada para lhe responder, apenas fiz o meu melhor...
Estou atender um senhor, cliente já habitual. Como nós temos uma balança ao nosso lado para pesar a fruta, este cliente pede-me que veja o peso de uma embalagem de 1kg de farinha*, da marca de farinhas mais conceituada de Portugal. O peso deveria ser de 1kg, mas deu apenas 900g. O senhor diz-me que é sempre assim, umas vezes tem 850g, outras 900g e que raramente tem o quilo certo.
Fiquei um pouco surpresa com a situação, mas disse ao Sr. que provavelmente haveriam outros pacotes com 1, 100kg para compensar. Mas o senhor corrigiu-me logo, dizendo que não era o caso. É que eu fiquei sem saber o que dizer a este senhor, disse-lhe apenas que iria informar os colegas da secção! Mas ainda não o fiz... Será que a empresa da dita farinha não tem conhecimento do facto?
O Sr. disse-me que ( mais ou menos assim) : "se essa informação vier à tona, vai dar uma grande barraca!"
Já algum tempo que não relato aqui episódios da caixa expresso! E sabem porquê? Será porque as histórias se repetiam muito? Poderá ser porque recebia comentários a dizerem-me que eu me lamentava demais? Será porque me habituei? Será porque passei a gostar mais desta caixa? Algum palpite?
De certo que já todos fizemos inventários, independentemente da função ou do ramo da empresa a que pertencemos. E também arrisco dizer, que é uma tarefa que ninguém gosta de fazer. Aliás eu sonho com o dia em que algum Einstein invente uma forma ou uma ferramenta, que não a manual de o fazer. Mas até lá que remédio, não há outra opção! E já que é assim, o bom seria que demorasse o menos tempo possível. Por isso bora lá despachar, para que acabe cedo...
O movimento estava fraco, poucos clientes e também menos operadoras ao serviço. Eu estava só com uma cliente que tinha o tapete cheio de artigos. Chega um Sr. com o seu carrinho, e diz:" não há mais caixas abertas"? Como se aquela não lhe chegasse! Respondi apenas que de momento não. Então o Sr. dirigiu-se ao balcão de informação e repetiu a mesma pergunta. Por coincidência estava uma colega a chegar para abrir caixa. Então o Sr. convencido que aquela operadora tinha vindo especialmente para o atender porque ele a tinha solicitado, disse: " estão a ver como vale sempre a pena reclamar!"
Minutos depois, quando ele já ia a sair encontrou no corredor um conhecido e contou-lhe este episódio com a conclusão que ganhamos sempre em reclamar. O caricato da situação, é este senhor se achar o maior, porque reclamou e foi beneficiado por isso. Há cada um!
Finalmente chegamos aos 100 votos. Confesso que estava à espera que a maioria votasse na fila do supermercado como a que menos gostava de esperar. Mas como podem ver, a maioria gosta menos da fila da Segurança Social. Dos itens que eu coloquei no questionário ( e esqueci-me a do posto médico) os resultados foram:
Segurança Social - 1º lugar
«Ainda hesitei entre a fila da segurança social e a dos impostos. Mas depois pensei que apesar de não gostar de pagar impostos mas isso já não se faz por fila há muitos anos, e pela internet. No entanto a da Seg. Soc. pode querer dizer que estou desempregado e vou tratar do subsidio de desemprego. Alem disso, lamento ser tão directo mas cávai na mesma: na fila da Seg. Soc. há mais probabilidade de ter mas companhias...[Nuno Lagoa]»
Restaurante - 2º lugar
«É mesmo nos restaurantes. Estar à espera de barriga a dar horas e enquanto outras pessoas comem alegremente... Não, obrigado![Paulo Ribeiro]»
Finanças - 3º lugar
Supermercado e transportes - 4º lugar (empate)
Loja de roupa e banco - 5º lugar (empate)
Retirei também os comentários deixados aquando da votação.
Nós temos mesmo de fazer esta pergunta, ou pelo menos dizer ao cliente o saldo cartão. Normalmente as respostas são sim ou não. Muitas vezes até justificam de forma simpática. O que não gosto muito é quanto me respondem : "faça como entender!" É que não podemos fazer isso, tem de ser o cliente a decidir. Já aconteceu imensas vezes.
Hoje, por exemplo, fiz a pergunta e uma senhora ficou em silêncio! Pensei que ela não tinha ouvido a pergunta e repeti. Então ela disse : " espere estou a pensar! " E a decisão ainda demorou um bocadinho a chegar! Vá lá ajude-nos um pouco, tome essa decisão com precisão!
Ando um bocado aborrecida, por causa das horas de trabalho e do ordenado. Gostaria de fazer mais horas, nem que fossem apenas as 25 ou as 30 horas semanais. Ia ajudar a equilibrar o meu orçamento. É que está complicado gerir um orçamento tão baixo!
Há dias soube que há Modelos onde as operadoras de caixa fazem cinco e seis horas por dia e os seus ordenados são bem mais simpáticos. Já pedi para me aumentarem o horário, mas, o que me parece é que eles preferem admitir antes pessoas novas. Ao que parece há um orçamento a cumprir e possivelmente desta forma fica mais barato para a empresa. O que eu gostava era que houvesse a hipótese de nós escolhermos o horário, porque há pessoas que o part-time até lhes dá jeito, pois têm outra ocupação, ou porque estão a estudar, ou simplesmente este horário lhes convém.
Também procurado outro trabalho para juntar a este, mas ainda não consegui, é muito complicado, e depois a parte de (infelizmente) não poder fazer pesos nem grandes esforços também não ajuda muito!
Um dia uma colega disse-me : "porque não arranjas um daqueles trabalhos feitos a partir de casa"? Eu fiquei a pensar em dobragens de circulares, já que não me ocorre outro... Será que isso ainda existe?
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Ir de férias (uma semana na praia que seja), fazer aquela festinha de aniversário ao meu filho, fazer aquele tratamento dentário, tornaram-se coisas supérfluas e perfeitamente adiáveis...