Lá vai disto!
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Costumo dizer muitas vezes que o meu trabalho é muito monótono, pois é assim que o sinto. Porém há dias em que surgem situações que saem um pouco da rotina. Ainda assim sei que corro risco de me repetir em relatos. Mas desta vez posso vos assegurar que esta situação foi inédita. Novamente no palco da linha de caixas surge-me um cliente, alto bem-falante, bem vestido, talvez com uns sessenta anos de idade, aquilo a que podemos chamar um cavalheiro! A certa altura diz-me assim:" das duas uma; ou o Belmiro está gagá ou ninguém lhe disse!" Neste contexto eu não percebi nada e disse: "desculpe?" Ao que o senhor continuou: " O seu colega ali á frente está com uma argola e um brinco na orelha!" Eu respondi aquilo que se calhar não devia, mas saiu-me:" Pois é, temos de nos modernizar!" Resposta do cliente. "Não me venha com histórias, aquilo não é aparência para estar no atendimento ao público, que eu saiba ainda há limites para a decência! Eu estava naquela fila e assim que vi a argola na orelha saí logo de lá. Eu recuso-me a ser atendido por ele, afinal aquilo é alguma menina!?"
Podem acreditar que tudo isto que vos contei aconteceu hoje num meio urbano em pleno século XXI...
Este episódio que hoje relato, foi uma rara demonstração de impaciência. Na fila do supermercado tenho três clientes: a senhora que já está na fase do pagamento, outra senhora com um elevado estado de stress, pois estava com aquela tremedeira e olhava para o relógio vezes sem conta e ainda um senhor calmo e bem-disposto. A primeira senhora enganou-se no código do multibanco e ficou pensativa para ver se se recordava do código correcto, é neste momento que a segunda senhora "rebenta" e começa o discurso: " - Eu não acredito, nunca mais se despacham! Parece que estão de propósito"! - Nesta altura pega nos artigos e saí disparada, só que para seu desespero a caixa atrás tinha acabado de ser encerrada. Então e novamente em "delírio" voltou para o seu lugar anterior. ( Teve sorte por o senhor que estava na fila não ter dito nada, pois ela ao sair perdia o lugar). A senhora que estava na fase do pagamento com isto tudo, ainda ficou mais nervosa e só á terceira tentativa acertou no código...
O que esta cliente conseguiu com esta pressa exagerada acrescida de uma grande falta de educação e de civismo foi que as pessoas que assistiram a tudo isto ficassem indignadas com a sua atitude.
Muitas vezes, os clientes aproveitam a sua hora de almoço para fazer algumas compras, e depois se encontram obstáculos ficam logo impacientes. Eu sei que por vezes é a hora que vos dá mais jeito, mas é inevitável contar que aquela hora também há menos colaboradores ao serviço e por vezes as filas acontecem. Por isso não se enervem, pensem logo nessa hipótese.
Afinal não acontece o mesmo em outros serviços? Quantas vezes já tentaram ir tratar de assuntos num banco na vossa hora de almoço e se deparam com filas enormes!? Por isso é natural que aconteça!
Olá a todos. Pois é voltei! As férias já passaram. Custou um pouco o regresso, mas voltar á rotina era necessário. Enfim... Bem, já tive uma situação com clientes que gostaria de realçar. Trata-se de uma situação positiva. Um cliente esqueceu-se de um saco na minha caixa, eu ainda o chamei mas ele já não me ouviu e como eu não podia sair do meu local de trabalho, houve um outro cliente que me fez o favor de ir atrás deste ( ainda percorreu uma certa distância) e chamou-o. Foi um gesto muito simpático. Felizmente que ainda existem pessoas assim...
Como é natural, até uma operadora de caixa tem direito a uma pausa...
Mudar de ares e de ambiente, carregar baterias, enfim... esquecer um pouco o "pip" da máquina registadora. Até breve e obrigada a todos os visitantes...