Olá. Depois do Natal é tempo de voltar ao trabalho. Neste dia já não houve aquela multidão, a correr para as últimas compras. Foi um dia pacifico com alguns piques de clientela, mas também momentos de pausa.
Atendi um cliente que me impressionou e muito. Um senhor já de certa idade. Estava com uns tubos no pescoço e algo na garganta que não soube identificar, comunicou comigo por sinais. Por uns momentos fiquei a olha-lo e a tentar não demonstrar o meu ar de assombro. Eu decididamente nunca seria capaz de trabalhar num hospital, mas ainda bem que há pessoas com vocação para tal, porque estes doentes precisam de alguém que lhes dê força e não de alguém que os olhe com estranheza. É frequente encontrar clientes de máscara, mas a aparência deste senhor…fez-me pensar: que grande coragem a dele ir assim ao supermercado sujeitando-se aos olhares indiscretos de quem ali estava.
E vocês já se cruzaram no supermercado ou no centro comercial com alguém nestas condições? Como reagem, com normalidade? Ou fariam tal como eu (infelizmente ) fiz…disfarçaram o olhar de pasmo?
Olá Lupa! Também já passei por algumas situações constrangedoras... Eu reajo com surpresa, porque é assim que todos reagem! Ou será que dá tempo para disfarçar? Eu nunca o tive, ou simplesmente... não consigo disfarçar. Beijinhos Feliz 2010
Eu também faço o possível por não olhar, mas há situações em que temos mesmo de encarar as pessoas ou falar com elas e realmente não é fácil ficar com um ar natural. Quanto ao facto de o senhor ir assim ao supermercado, provavelmente será porque vive sozinho e não tem ninguém que lhe faça as compras. Se assim for, é triste...
Pois não sei se foi mesmo por necessidade que ele foi assim ás compras. Concordo contigo quando dizes que não é fácil ficar com ar natural nestas situações! Quem está no atendimento ao publico tem de contar com tudo, mas mesmo assim estamos sempre a ser surpreendidos :) Beijinhos
Olha, não sei se sou um caso à parte ou não, porque sempre julgamos os outros por nós mesmos. Na generalidade, não há nada na aparência de uma pessoa que me choque. Não tenho problemas em atendender pessoas com mau aspecto, com mau cheiro, com má higiene, nem com problemas de saúde ou físicos. Por vezes até sou complectamente distraída para essas coisas que, aos outros, parecem se destacar das demais.
Já atendi jovens "hippies" que não tomavam banho à tempo suficiente para se cheirar, adultos com má higiene, ciganos com má higiene, pessoas com deficiências ou defeitos mais ou menos grotescos.
Acredito sim, que, julgando os outros por mim, não teria problema em sair à rua. Mas se for a pensar o contrário, acho que é preciso coragem sim!
Já atendi pessoas muito bem vestidas, a cheirar bem, com um cabelo impecável e sapato a brilhar. Também posso dizer que umas são educadas e vivem de acordo com a aparência, outras são de fugir! Por isso, a aparência é detalhe... já atendi pessoas com aspecto de mendigos e boas maneiras de causar inveja.
Mas costumo ser distraída para essas coisas... porém, no geral, não me incomoda avistar pessoas... são apenas pessoas. Até olhar com um pouco mais de atenção me parece não ter mal algum, porque o inesperado faz uma pessoa olhar 2 vezes mesmo, para ter a certeza do que está a ver. Agora, ficar a olhar, é outra coisa.
Lupa: na tua função, nunca atendeste pessoas em cadeiras de rodas? Nos Hipers costumam circular nas compras... já vi muitas assim, com carrinhos especiais. Não é preciso ter vocação para médico para não ficar impressionado. Mas também é bom que fiques, não desenvolves insensibilidade. Mas não é preciso desejar que não apareçam à frente, ter medo por não saber lidar com a situação... se acontecer, aconteceu. São pessoas. Um "bom dia", um "obrigado", um tratamento normal, acompanhado de um especial caso a situação o demande, tal como acontece com qualquer outra pessoa, com ou sem deficiências/problemas.