Um cliente aborda-me para me perguntar "onde estão os croutons?" Pensei que não tinha entendido pedi para ele repetir.
Não fazia ideia do que se tratava, então timidamente, disse que não sabia o que era. Então ele explicou que eram aqueles pacotes com tostas aos cubos para por na sopa. "Ah já sei onde está, não sabia que tinha esse nome!" Lá fui com o cliente ao local.
Mas, como estava intrigada, por causa do nome, sendo um produto que não uso, mas que o tinha registado tantas vezes, fui confirmar, o nome. E realmente o nome estava na embalagem, sempre esteve e eu nunca tinha reparado. É um nome chique de origem francesa .
Hoje, uma cliente disse-me que uma das coisas que a fazia escolher o continente, como o seu supermercado preferido, era a nossa organização e limpeza.
A cliente mencionou que há supermercados onde a comida está perto dos detergentes, até especificou que já viu os chocolates perto das esfergonas.
Disse também, que no continente, encontrava sempre aquilo que procurava, pelo que fazia sentido estar lado a lado, sem ter que andar de corredor em corredor, e sem pisar chão pegajoso!
Como operadora de caixa de supermercado, sou muito grata, porque os clientes, são gentis comigo. Deixo alguns exemplos:
- Por vezes mesmo quando alguma cliente não vai à minha caixa, passa lá só para desejar um bom fim de semana, ou para deixar um cumprimento, uma palavra amiga, um sorriso, um elogio.
- Há uma senhora, que foi auxiliar na escola primária do meu filho há mais de 15 anos, costuma ir sempre me perguntar por ele.
São gestos pequenos mas de grande significado, por isso tento sempre retribuir e ser gentil com todos os clientes, mas principalmente, com aqueles que mais precisam de ajuda!
Devemos ser sempre gentis, e tornar uma ação num hábito, num costume. Mas ainda bem que existe um dia, para lembrar e reforçar, a importância da gentileza!
Imagine que vai ao talho ou à peixaria pedir um artigo, que é cortado à sua maneira, mas, quando olha para a etiqueta, percebe que é demasiado caro, para o seu orçamento. Pensa desistir de o levar, mas tem vergonha, de voltar a entregar, uma vez que está "personalizado" à sua maneira.
Nesta situação, não deve deixar o artigo numa prateleira qualquer, onde o artigo, que é fresco se pode estragar. Sugiro que o deixe, por exemplo, junto aos iogurtes, pois assim, não se estraga, e quando um funcionário ali passar, pode o resgatar e entregar na secção devida, e ser vendido, com uma outra solução para o facto de estar "personalizado"!
Assim nada se estraga, e ficamos com a consciência tranquila!
Estive num continente modelo, que é mais ou menos, da dimensão daquele em que trabalho.
Estava diferente da última vez que lá tinha estado. Tinha o sistema de fila única. Ali até pode fazer sentido, porque é uma zona turística, mas, para a minha zona, continuo com a mesma opinião, de que não seria positivo.
Sei que a maioria das colegas que me seguem, trabalham com este sistema, e são fãs, mas certamente são continentes de grande dimensão, e os clientes são pessoas mais jovens, mais da cidade!
Mas, ali acontece tudo muito rápido, muito impessoal, no "meu" continente, há clientes que gostam de ser eles a escolher o/a operador/a, porque é um meio onde as pessoas já nos conhecem, onde as pessoas com mais idade, principalmente o público da parte da manhã, não têm ritmo para aquilo, precisam de mais tempo, mais paciência e tolerância, querem ser atendidos por pessoas e não por máquinas!
Este "meu" continente é uma aldeia, e espero que não mude muito. Desejo que a humanidade que existe aqui, nunca se perca!
Um senhor, já velhinho e muito debilitado, que mal andava, ele arrastava os pés, perguntou-me onde estava um determinado artigo, e especificou ao pormenor, limonada de um litro da marca B. Quando percebi a distância que esse artigo estava e visto que de momento não tinha ninguém na fila, pedi autorização para ir buscar o artigo ao senhor.
Depois de ter a resposta, o senhor disse-me"traga-me dois" ele sabia bem a marca , a quantidade que tinha e o sabor.
Depois disse-me que estava mesmo ali no lar que fica a poucos metros. Pediu-me para por dentro de um sacos. Ele pagou em dinheiro, entreguei o troco. Reparei que estava com dificuldade em pegar no saco. Então fui ajudar a pendurar o saco no braço do senhor. Vi que ele tinha a mão fechada, julguei que ainda não tinha guardado o troco, mas a cliente que estava a seguir fez-me um sinal. Foi quando percebi que o senhor além das pernas também tinha alguma coisa naquela mão e não a abria.
Já aqui falei inúmeras vezes das frases que temos de repetir a cada cliente.
É de tal forma, que quando o cliente me entrega o cartão continente no início, a pergunta "tem cartão continente!?" sai na mesma no fim. Por vezes, os clientes respondem"já entreguei ", e responto" ah pois foi peço desculpa, é do hábito " No entanto, houve um cliente que respondeu" se tivesse com atenção, não perguntava!?" Isto porque o cliente já me tinha dado o cartão.
Enfim, só quem tem um trabalho, onde as frases são repetidas, entenderia a situação.
Quando um cliente me trata pelo nome, a tendência é achar que é alguém que me conhece, mas depois cai-me a ficha e penso "ok o meu nome está no crachá"!
São em maioria pessoas brasileiras que têm mais hábito, são um pouco alegre e simpático, sem dúvida!
Mas no outro dia foi um senhor, com sotaque inglês, a tentar falar português. Foi engraçado, porque nos conseguimos entender e ele no fim agradeceu, porque tinha aprendido mais umas palavras em português.
Foi notável a vontade e o esforço para saber falar português!
Não são muitos, mas já são alguns clientes, a aderirem à fatura electrónica. Sendo assim , não sai talão (vai para o email), mas muitas das vezes não percebo logo e o cliente também não diz, então, fico com o braço esticado à espera que o mesmo saia!