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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A saída sem compras

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Aqui há uns anos, talvez no inicio de começar a trabalhar neste supermercado, havia uma placa a dizer saída sem compras, agora já não existe.

Muitas vezes, os clientes ficam sem saber por onde sair quando não compraram nada, porque não há uma indicação, e porque em alguns supermercados a saída é pela linha de caixas. As pessoas que estão a ser atendidas têm que se  desviar, para o cliente sem compras passar!

Embora, a maioria das pessoas nem reparem nem respeitem indicações, cartazes ou informações, se calhar fazia falta. Quando as pessoas perguntam, logo respondo. Também,  por não saberem ou por influência de outros supermercados, vão com cuidado e pedem licença,   mas a maioria nem pergunta, empurra quem estar a ser atendido e passa!

Voltei a este assunto, porque vi recentemente um cliente sem compras a esbarrar na cliente que estava com o carrinho encostado ao tapete, não havia ali espaço para passagem, mas a pessoa   quase atirou com a senhora ao chão e saiu sem pedir pelo menos, desculpas!

A operadora de caixa não adivinha os cupões que o cliente recebeu

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Há clientes que perguntam: há cupões para agora?

Perguntam imensas vezes. E nós respondemos, eu pelo menos faço-o diversas vezes, que os cupões não são iguais para todos os clientes. Porque é mesmo assim, há clientes que recebem cupões consoante os artigos, há clientes que recebem 10% no total, outros €5 em compras de €20 ou até outros. Não sei qual o critério de quem faz os cupões, apenas sei, e muitos clientes também sabem, que é assim que funciona. Já funciona assim, há anos!

Cada cliente, tem de tomar conta dos seus cupões, dos seus descontos, das suas contas. É tudo uma questão de se organizarem.

A operadora de caixa não tem como adivinhar os cupões que receberam pelo correio ou na aplicação.

Ou então ao entrarem vejam no dispensador se têm cupões, ou mesmo no telemóvel, para quem tem a app do continente!

Imaginem uma cliente dizer" ó menina os cupões que lá tenho em casa, dão para esta semana" Resposta: "Mas eu  frequento a sua casa!? Como quer que eu saiba"!? Ou então: "Se a senhora não sabe o que tem em casa, como é que eu hei-de saber"!

Ou então a operadora de caixa pergunta se tem cupões e a resposta do cliente : "Ah, não sei, devia de ter?" Ora dá vontade de responder:  "Eu sei lá, você é que tem de saber. Pode não ter, pode já ter usado!"

Ou então faço a pergunta e a cliente desata a correr direito ao dispensador, deixando a fila parada!

A intenção da pergunta, é lembrar ao cliente, que se tiver cupões, pode entregar!

É que o continente tem tudo tão bem programado, ou seja, envia cupões pelo correio, tem um dispensador para imprimirem uma segunda via, tem a aplicação, ainda envia SMS. Será que cada pessoazinha não pode só fazer a sua parte!?

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Os 15% em toda a loja no Continente

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Esta campanha, não é nova no continente. Costuma acontecer agumas vezes durante o ano. Julgo que é habitual neste mês de março, depois também acontece em setembro, e na altura do natal. Não sei, se me está a faltar mais alguma data.

Para que o desconto aconteça, o cliente tem de apresentar o cupão, que é entregue por carta, pelo uso da aplicação ou ainda imprimido no dispensador. Se lerem bem os cartazes que estão expostos, está lá escrito que o desconto é feito mediante a apresentação do cupão. Também está escrito as datas em que tem de entregar o cupão e as datas em que terá de depois usar o saldo!

Já se processa assim há alguns anos. Mas parece que alguns clientes, ainda não perceberam a dinâmica, mas não há problema, eu explico tudo sempre a cada cliente!

No entanto, houve um cliente que quando eu lhe disse que tinha de utilizar o valor acumulado entre do dia 7 e o dia 13 de março , originou o seguinte dialogo:

Cliente: Está dizer-me que eu sou obrigado a vir cá nessa data para descontar o dinheiro!? ( mas diz isto em tom altivo e meio zangado)

Eu: Não! O senhor não é obrigado a vir cá! O saldo é que só vai estar disponível nesta data! O senhor pode vir quando quiser!

Até pensei que fosse responder alguma coisa, mas não. Despediu-se e foi embora! Espero que tenha entendido o recado!

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Situações difíceis de lidar

Ontem atendia uma cliente habitual, por quem já tenho alguma afinidade, pois já são alguns anos de convivência! Sei que tem três netinhos, que vivem longe, e uma filha que de momento estava cá na terra com ela.

A dada altura, a senhora dá-me um cartão continente e diz-me "pode ver se este cartão tem saldo, é que encontrei o lá em em casa, era da minha filha!" Eu passo o cartão, e vejo que está inativo. Digo à senhora o estado do cartão. Ela diz-me: "então pode por no lixo!" E eu respondo: "mas se é da sua filha , ela pode ativá-lo"!

Quando a senhora me diz que a filha tinha morrido no final de março, eu fiquei pasmada! Eu sabia que a filha da senhora estava a tratar-se de um cancro , mas costumava vê-la por lá com ela, julguei que estava a recuperar, parecia melhor.

Fiquei chocada, sem saber o que fazer. Disse-lhe que lamentava muito, e lá deu para ficar um pouco a falar com a senhora.

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No dia seguinte, já estou pronta para outra!

Preciso de clarificar aqui uma situação, devido a um comentário que recebi.

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Mesmo que por vezes aparente  que são tantas as situações negativas que acontecem que parece que  a qualquer altura vou cair, não é bem assim! Ao fim de tantos anos nisto, já estou vacinada . Apenas fico sentida no momento, mas depois venho para casa, se tiver, tempo e vontade ainda partilho as ocorrências.  Contudo,  no dia seguinte já estou fresca e  pronta para outra!  É tipo uma fénix, que renasce das cinzas.

Se partilho as situações não é só para meu desabafo, mas também para que sirva de lição e exemplo a que me lê, ou para quem passa pelo mesmo! Isto porque agora tenho umas quantas colegas que me lêem na página do Facebook, e é tão bom!

Por isso eu não preciso de ficar na retaguarda, porque,  como disse alguém, aquilo que não nos mata, fortalece-nos!

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Situações que fazem demorar a atendimento

Alguns clientes,  fazem demorar o atendimento, devido a determinadas situações:

  • O cliente  passa pela máquina de imprimir os cupões e não imprime logo, só se lembra de o fazer quando já está a ser atendido na caixa;
  • O cliente esquece-se dos sacos no carro, e vai buscá-los, enquanto a operadora regista as compras
  • Para pagar o cliente tem de procurar as 1001 carteiras, uma com moedas, outra com cartões, outra com notas, mais o envelope com cupões;
  • O cliente não se dá ao trabalho de trazer os cupões correspondentes, pede à operadora que seja ela a escolhe-los;
  • O cliente esqueceu-se de um artigo e larga tudo para o ir procurar;
  • O cliente tem de pensar se quer ou não o número de contribuinte na fatura;
  • O cliente decide uma coisa e depois muda de ideias;
  • Se pedimos trocos, é outra situação para demorar, daí algumas vezes mesmo que precise, evito fazer;
  • O cliente quer pagar com multibanco, mas não se lembra do código, e vai por tentativas;
  • O cliente leva artigos e depois na caixa pede para anular;
  • Se entretanto o telemóvel tocar, o cliente interrompe tudo para o atender.

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Alguns clientes entretanto dirão "então e quando a culpa é do supermercado ou mesmo da funcionária!?"

Por exemplo:

  • Um preço que está a um valor na prateleira e passa a outro na caixa;
  • Quando não se percebe onde é o fim da fila;
  • Quando era preciso mais caixas abertas.

Enfim, há situações de ambos os lados que se pode vir a melhorar!

Falta de responsabilidade

Digo a uma cliente que estava literalmente encostada a outra , para se afastar só um bocadinho, ao que ela responde:  "pois mas só se preocupam com isso aqui, ali atrás estava um a bater com o carrinho dele no meu e não foi lá ninguém falar!"

Mas será que é preciso andar aí um policia de bastão na mão a controlar todas as pessoas? Será que as pessoas não sabem ser responsáveis!? Claro que isto do bastão, só pensei para mim, apenas disse que as pessoas também têm de ser responsáveis.

Entretanto uma senhora disse-me que numa localidade no Alentejo anda alguém a controlar a proximidade das pessoas no supermercado, quando alguém está muito próximo, pedem para que façam distanciamento.

Enfim, por vezes parecemos ovelhas que precisamos de um pastor, se não, ficamos desordeiras!

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Nem sempre interpretamos bem os sinais

No supermercado onde trabalho, houve uma grande preocupação com a nossa segurança, daí  estarmos tão acrilicados. O problema principal é fazer os clientes respeitar o acrílico e o distanciamento, mas sobre esse  tema já escrevi tanto, ainda assim, voltarei a escrever outro dia. Hoje o tema é a audição! O acrílico dificulta a nossa comunicação com os clientes. Por vezes os clientes estão a falar, mas eu não estou a perceber o que estão a dizer, faço sinal, peço para falarem do topo. Enfim lá nos vamos mais-ou-menos, entendendo.

Perguntei a uma cliente se queria descontar o saldo do cartão continente, ela abana a cabeça a dizer que sim. Pelo menos foi o que entendi. Então descontei o saldo e a senhora pagou o restante, sem protestar. Saiu, olhou para o talão e foi lá ter comigo de novo, dizer porque é que lhe tinha descontado o saldo. Quando eu lhe disse "então a senhora abanou a cabeça", ao que ela respondeu "mais eu disse: fica, fica!" Ou seja o "fica, fica", tem o mesmo sinal que o  "sim, sim", mas afinal significava, daquele modo, um  não!

Lá pedi imensa desculpa à senhora, e o caso ficou resolvido, mas não deixa de ser caricato!

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Porque tiram alguns clientes a máscara na caixa do supermercado

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Estou a finalizar o atendimento a uma casal de clientes na casa dos sessenta anos. Vejo o senhor colocar a máscara no pescoço. Peço-lhe educadamente que coloque a máscara. Responde-me "já ponho"! Pega num maço de notas que tinha na carteira, lambe os dedos para contar o dinheiro, entrega-me. Põe a máscara correctamente e diz-me "pronto já estou mascarado"! Se eu não tivesse máscara, ele  teria reparado, na minha cara de nojo, por ter de pegar nas notas, por ele salivadas! Fiz questão que ele visse a quantidade de álcool gel que utilizei em seguida!

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Numa outra ocasião, aconteceu com uma senhora da mesma faixa etária, uma situação semelhante. Só que esta senhora a colocação da máscara no pescoço não foi para contar as notas, mas para lamber os dedos e abrir os sacos. Quando lhe pedi para colocar a máscara, respondeu que tinha deixar de ali ir, porque a estavam sempre a chatear com a máscara, quando aquilo a sufoca!

E assim acontece dia sim, dia sim!

Deu objecto por cima do acrílico

Uma cliente, queria que eu visse o preço de um creme facial, e como tinha o acrílico à frente, teve a ideia de se colocar em bicos de pés e atirar o creme pela frente. Depois de perceber o meu olhar e recuo, percebeu que tinha feito asneira,  e pediu desculpa!

Esta situação até se pode considerar uma distração, um desconhecimento, mas ao mesmo tempo demonstrou uma falta de noção, uma certa falta de civismo...

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