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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

As crianças, o natal, as birras

Chegamos oficialmente ao Natal! São as iluminações, nas ruas, as decorações dentro das lojas, e, principalmente, muitos brinquedos atrativos para os mais pequenos!

Hoje ouvia-se muito o choro das crianças no supermercado! Eu entendo, é tanta coisa bonita, e depois os adultos só dizem para esperar pelo natal!

Não deve ser fácil para as famílias, irem ao supermercado, nesta época. Uma cliente dizia-me "também assim que entramos vamos logo de caras para os brinquedos, nem dá para nos desviarmos!"

Também vi um casal com uma criança a suplicar qualquer coisa, e o pai a dizer "então no fim das compras vimos aqui buscar isso!" Pois, pois, pensei eu!

Mas também, assim é uma forma das famílias perceberem quais os brinquedos que mais agradam às crianças, para depois comprarem algo que já sabem que é do gosto da criança, digo eu, que sou apenas uma operadora de caixa que tem uma lupa para as situações!

 Uma mãe dizia ao seu menino, que havia muitos meninos e que todos tinham de ter um brinquedo, e que, por isso, ele só podia escolher um. E ele aceitou, e não devia de ter mais de 3 aninhos!

Os brinquedos deveriam de ter como objectivo fazer as crianças felizes, e não as fazer chorar!

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Ternura entre irmãos

Estou a atender uma jovem mãe com os seus dois filhotes: o mais velho devia ter cinco anos e o mais novo três.

 

O menino mais novo chorava, chorava, dizia "mas eu queria", e a mãe dizia, "este não é para ti, é para o Vicente". Era um jogo. Então, eu perguntei ao menino se o pai natal se tinha esquecido de deixar algum brinquedo, ao que a mãe respondeu: "tem a sala cheia de brinquedos novos, tantas coisas, e quer sempre mais alguma coisa"!

 

O choro do menino era tão alto que chamava a atenção das pessoas que estavam tanto na minha fila como nas filas próximas.

 

A mim, o que me comoveu, foi que enquanto o menino mais novo soluçava de choro, o mano mais velho fazia-lhe festinhas na cara, que ternura. Tão bom de ver!

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Imagem copiada da Internet

Quem foi que te enganou?

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Ouvia-se o choro de uma criança, mais uma birrinha típica de uma criança pequena no supermercado, talvez por querer algum brinquedo ou alguma guloseima, não percebi.

 

O volume do choro dela era superior às vozes dos adultos que a acompanhavam, estes falavam baixinho. No meio de tanto choro há uma palavra que se percebe bem. A criança  dizia "enganaste-me" e depois continuou o discurso, não entendi o resto. Mas,  estaria aquela criança  com a alguma  razão?!

Quem é má!?

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Hoje na minha caixa, um menino trazia um artigo na mão. A mãe avisou-me logo que aquilo era para ficar ali, não era para registar. E disse ao menino: "não podes levar isso, porque a senhora, precisa de ficar com ele, não é!?". Posto isto, eu disse : "sim, preciso mesmo"! E o menino olha para mim e diz . "és má!"

 

A senhora/menina da caixa é sempre a má da fita :(

 

As pastilhas elásticas, as birras e as crianças

Uma menina com cerca de quatro aninhos chorava imenso na minha caixa porque queria, imaginem , pastilhas! Estava com a família, onde a mãe dizia que não lhe ia comprar pastilhas. O volume do choro aumentava de vez em quando. Mas a criança tinha lágrimas a cair-lhe por todo o rosto. Já todas as pessoas da fila tinham percebido o porquê do choro. Aliás quando esta família deixou a caixa, houve uma senhora que disse: " se fosse eu comprava as pastilhas só para a rapariga se calar!"

 

Eu não respondi, mas pensei para comigo que se a mãe não lhe comprou as pastilhas, certamente teria um bom motivo.

 

P.S

Vejam um exemplo de uma grande birra...

  

Um clássico dos supermercados...

...são as birras das crianças. Também há tanta coisa gira a chamar por elas, que é difícil resistir! Mas desta vez a criança mal se ouvia. O que se ouvia pelo supermercado inteiro era um pai a ralhar! Uma cliente que estava na minha caixa até me disse assim: " Quem merecia ouvir um ralhete era aquele pai. Há pouco deu uma chapada na cara da criança que até a mim me doeu!" Depois vi-os  a passar à caixa que estava à minha frente, e o pai continuava a ralhar com a criança e aparentemente a criança parecia tão sossegadinha. Esta não deu mesmo para perceber!

Birras

 

É já um episódio clássico de uma loja como o Continente. Quase todos os dias vimos ou ouvimos birras! Hoje o pequeno que protagonizou mais uma, não dizia nada apenas gritava e apontava com o dedo. A mãe ia arrumando as coisas e a avó ia o tentando acalmar. O movimento não era muito, mas as pessoas que estavam paravam para olhar a criança. Aqueles gritos não paravam e cada vez se intensificavam mais. Não sei como ele conseguia se manter tanto tempo naquela gritaria, pois devia de estar a esforçar os seus pulmõezinhos.

 

Entretanto do lado da saída das caixas, chega perto um casal de velhotes. O senhor começa a falar com o menino, retira-o do carrinho e pergunta-lhe se ele quer ir com eles de novo para dentro do supermercado e a criança responde afirmativamente. No inicio, pensei que a família da criança e este casal se conheciam, mas depois percebi que não. Mas a criança preferia ir com aquele casal de desconhecidos de mão dada do que ficar com a mãe e avó. Nestes breves instantes a birra parou, mas quando a mãe teve de o tirar daquele simpático casal, a birra voltou! Todos os que assistimos a este episódio ficamos admirados e acabamos por rir da situação. Vá se lá entender a cabecinha daquele menino com carinha de anjo, mas uma pestinha marota!

Mas que Senhora D. Birra!

 Na fila do supermercado que estava atrás de mim, houve-se o chorar e o soluçar de uma menina linda. Estava sentada no chão e dizia entre gemidos: " Não és minha amiga!" De seguida já rebolava e o som do choro aumentou de volume! As pessoas já comentavam umas com as outras.

 

Duas clientes contavam também das birras que os filhos já tinham feito. Os pais a principio ignoram a pequena, mas depois mesmo ali atrás de mim, deram-lhe uns estalos bem grandes.  O que queria a pequena? Uma poli! Creio que são umas mascotes pequeninas que estão lá mesmo nos topos das caixas. O choro continuou, os pais tinham muitas compras! Quando iam a sair o pai levava a pequena assim como quem leva um saco de batatas ás costas!

 

Não lhe fizeram a vontade! Mas houve quem tenha ficado com pena da menina, e achasse que: "podiam ter comprado aquilo à miúda, para evitar um espectáculo destes"! Eu cá para mim pensei que nestas alturas os pais é que sabem, se devem ceder ou não, mas que foi uma situação um pouco constrangedora, isso foi!