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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

Carrinho sem freguês não guarda vez!

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Mais uma vez esta situação aconteceu. Uma senhora deixou o seu carrinho na fila e foi falar com alguém, como havia filas eu chamava e ninguém vinha, porque estava ali aquele carrinho. Eu disse à pessoa para vir, pois não ia ficar ali parada quando havia tanta gente para atender. Então veio um senhor,  e,  como a dita senhora do carrinho continuava ausente, veio também a pessoa que estava a seguir e começou a colocar as coisas. É aí que chega a dona do carrinho abandonado e começa a discussão. Eu ainda disse que tinha sido eu a chamar, mas a senhora continuou a ralhar.

Quando chegou a vez dela e a outra senhora ia a sair, ouvi a dona do carrinho abandonado, a que estava sem razão, dizer para direccionado para a outra senhora "Vá derreto Satanás!" Acho que isto é o se chama rogar uma praga. Há que anos que não ouvia esta frase!

Isto vai de mal a pior. As pessoas não têm paciência, não têm tempo. Não há guerras, nem epidemias, nem pós de África, nada faz com que as pessoas sejam mais tolerantes, pacientes, civilizadas ou solidárias!

PS

Pode não ter nada  a ver, mas, isto parece aquela situação de Moisés, do faraó e das 10 pragas do Egipto, até o faraó dar a libertação ao povo escravizado, aos hebreus!

Os clientes que não gostam de mostrar os sacos que trazem de casa

Estava a atender um casal, talvez na casa dos 65 anos.

A senhora passou para o lado de saída para arrumar os artigos, o senhor ainda estava com o carrinho no lado de recepção dos artigos. Quando este estava a empurrar o carrinho para a esposa, e como levava os sacos em formato de balão uns sobre os outros, levantei me para espreitar o seu interior. O senhor, muito ofendido, pergunta-me se estou a achar que ele leva coisas lá escondidas. Digo-lhe que estou a fazer o meu trabalho e aponto para um escrito que lá está, onde pede para os clientes colocarem todos os sacos, inclusive os que trazem de casa, em cima do tapete.

Mas ele continua a reclamar. E pergunta de novo se  acho que alguém ia levar lá alguma coisa. Como já estava a ser desagradável e não respeitar uma regra da empresa, respondo "não seria  nem o primeiro, nem o segundo, nem o décimo!" E ele volta a dizer mas "Mas eu!?"

Eu respondo que não o conheço, e mesmo que conhecesse é uma norma igual para todos.

A esposa disse- lhe "deixa não vale a pena"! Como se eu é que estivesse errada na atitude!

Também lhe disse que não percebia a atitude dele e que quem não deve não teme. 

Uma colega viu a situação, e até lá foi perguntar se estava tudo bem e se eu precisava de alguma coisa. Talvez tenha sido aí, que o senhor baixou a guarda.

Não sei quem era o senhor, se calhar alguém famoso ou conhecido, mas não para mim. Para mim era um cliente. Um cliente que não gosta de respeitar regras, pessoas, que não teve uma boa formação. Mal educado, mesmo. 

Mas esta situação acontece muitas vezes. Ainda há dois dias uma senhora me disse que as pessoas do Cartaxo são muito desconfiadas dos clientes. Respondi, "pois infelizmente temos razões para isso"! E ela respondeu que em Santarém confiam nas pessoas.

As pessoas não sabem, ou não querem saber, ou até lhe dá jeito que não se observem os sacos.

Também há dias, se eu não tivesse pedido para ver os sacos, a cliente levava peixe sem pagar, pois só quando fui ver os sacos é que me disse " ah também está aqui o peixe"! E já estava no lado de saída. Se eu fosse aqui a enumerar os artigos que já tentaram passar sem pagar, infiltrados nos sacos...

Se todos os supermercados tivessem esta norma, iam se surpreender com a quantidade de artigos que se infiltram por baixo dos sacos, por dentro, de lado e até entre os que estão dobradinhos. Quem nos dera que os clientes mostrarem os sacos fosse uma norma geral e obrigatória em tos os supermercados. Iam ver o número de roubos/quebras a descer.

Até parece que nós é que somos os desconfiados, os cliente têm sempre razão, são sempre corretos, bem formados, bem educados e nunca levam nada sem pagar, a não ser que o artigo lá vá cair...

Enfim, haja paciência!

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Pessoas casmurras...

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Há dias, estava a controlar, como sempre, o distanciamento. Isto porque, ao fim de ano e meio desta situação, as pessoas ainda não cumprem , nem aceitam.

Estava a atender uma cliente, e a cliente seguinte já tinha os produtos sobre o tapete. Chega outra senhora e encostando-se a esta última, vai para colocar os produtos dela. Peço-lhe que aguarde um bocadinho, porque só podia estar um cliente do lado da saída e outro do lado da recepção dos artigos. Pergunta porquê, digo-lhe que é para fazer o distanciamento. Aliás, bastava a pessoa olhar à volta  para as outras caixas para ver que aquele era o procedimento, além do cartaz que está à sua frente, da direção da sua visão (já nem falo dos cartazes pendurados no alto, nem das recomendações pela rádio)!

Entretanto, zangada, vai para outra caixa. A dada altura, eu estava a atender outra cliente, e do lado da recepção de artigos estava um casal. A senhora que se tinha ido embora zangada, vai à minha caixa e pergunta: "Então, mas não era só uma pessoa de cada lado!?  Agora estão duas!?" Respondo: "Pois, mas estas duas pessoas são da mesma casa!" Ao que ela diz: "E qual é a diferença, é a mesma coisa! Não dá para perceber"! Ao que eu respondo: "Se a senhora não percebe, eu só posso lamentar, não a posso ajudar!"

Vai chegar uma altura, em que vai deixar de ser preciso fazer o distanciamento. Já recebi comentários, emails e mensagens a pedir que se continue a fazer o distanciamento, até por uma questão do direito da privacidade no atendimento, mas se as pessoas em quase dois anos disto não assimilaram, agora que as medidas estão a acabar, muito dificilmente, esta medida se irá manter.

Como já aqui disse, as pessoas andam danadinhas para se encostarem umas nas outras, não sei porquê!

De certo modo, para nós até vai ser um alívio, porque é constrangedor, termos de estar constantemente nesta luta! Peço desculpa às pessoas que sempre cumpriram esta medida e que até queriam que ela ficasse para sempre!

Terá aterrado um ovni no supermercado?

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Tudo parecia um dia normal, como já estou habituada. Clientes simpáticos, bem dispostos, clientes que não aceitam bem regras, de tudo um pouco.

No entanto, houve alguns clientes, que num curto espaço de tempo, tiveram uma atitude comum, que me fizeram acreditar que não eram deste planeta, nada tinha a ver com o facto de haver muitos emigrantes, porque até mesmo no estrangeiro, esta atitude, ainda não é possível (a não ser em supermercados sem operadores de caixa)!

Um casal de clientes colocaram a maior parte dos artigos sobre o tapete, mas deixaram no carrinho packs de leite, packs de bebidas, garrafões, caixas de cervejas, e passaram pro outro lado, descontraidamente,  sem dizer nada.

Eu: - Mas os senhores ainda têm imensas coisas no carrinho!

Senhora: - Então, mas é preciso por tudo aí em cima!?

Eu: - Claro, então como é que eu registo as coisas?

Senhora: - Pensei que soubessem!

Respirei fundo e prossegui.

Daí uns instantes vem outro casal, traziam uma serie de pacotes de cafés a granel espalhados pelo carrinho. Não estavam agrupados, como por vezes fazem, por exemplo,  com os quilos de açúcar, todos alinhados, nada disso, era tudo ao molho e fé em Deus! Colocam um em cima, nem dizem quantos são e mesmo que dissessem eu teria de confirmar. Tive de pedir por favor se podiam por os pacotes em cima do tapete e tive de explicar porquê! E lá debaixo estava apenas um pacote de manteiga, que não seria contabilizada.

Entretanto chegam uns senhores com vários detergentes para lavar o chão, cada um de uma cor, e metem só um em cima. Lá tive de pedir para porem todos, explicando  que  mesmo alguns sendo do mesmo preço, tinham códigos diferentes. Zangado, o senhor lá atirou com os frascos para cima do tapete!

Não entendo, o porquê desta recusa  das  pessoas de  terem de por os artigos sobre o tapete, principalmente coisas leves. Se fosse eu que mandasse o carrinho só passava pro outro  lado vazio! E era mesmo em cima do tapete, não era nos fazer pegar nas coisas em mão, por isso é que está lá um acrílico, e a sinalização! Nem os sacos que trazem de casa lá iam, era tudo em cima! Apenas tinha a excepção de produtos muito pesados, como por exemplo, as sacas de rações.

Até parece que temos de ter visão raio x, ou algum sensor escondido, para registar os produtos que vão dentro do carrinho!

Com estes comportamentos estranhos, a minha imaginação levou-me logo para o espaço, imaginado um, OVNI a deixar aqui umas quantas criaturas!

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Há caixas invisíveis

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Estava eu na ultima caixa, que por ter um poste, pode eventualmente não se perceber que está ali alguém. As outras caixas tinham clientes, a minha não.

Saio da caixa e vou ás filas perguntar se não querem passar à minha. Parece que ninguém quis saber. Entretanto vem um carrinho a chegar e vai logo para lá. A dada altura vai lá uma cliente e diz-me que eu a vi passar e que não a chamei. Até disse, que fiquei ali caladinha! Ao que eu respondi " se a senhora não me viu, como é que queria que eu adivinhasse que já tinha acabado a recolha dos produtos!?"

Isto  porque as pessoas passam lá e muitas vezes estão só a meio ou no inicio da recolha dos artigos!

De outra vez, como não tinha clientes, aproveitei para limpar e desinfectar todo o posto de trabalho, atitude normal nos tempos de pandemia. Entretanto chega uma cliente, começa a por os artigos, e outra cliente, de outra fila,  diz que pensava que eu ia embora porque estava a limpar o tapete. Respondo que como estamos em pandemia, é um procedimento normal, para fazer várias vezes ao dia!

Enfim, isto há situações que é preciso uma grande dose de paciência, para aturar certas atitudes!

Nem a pandemia civilizou as massas

Olá a todos! Peço desculpa por esta ausência, não por falta de situações para contar, mas por falta de tempo!

A situação continua a não estar fácil. Com o passar do tempo , cada vez mais, as pessoas querem deixar as regras, tapam os olhos à sinalética que continua lá exposta. O pessoal acha que isto já passou,  e que agora é hora de voltar ao antigo normal! Que pena, estas regras ficavam tão bem se ficassem para sempre, desde que não fosse preciso a nossa intervenção e insistência constante!

É cansativo estar constantemente a pedir por favor para que façam distanciamento, quando as pessoas querem, na sua maioria,  estar encostadas, bem juntinhas, umas das outras. Quererem entregar artigos pesados em mão, não respeitando o acrílico, o semafro, nem a nossa saúde física.

Tento limpar o mais possível o tapete a cada cliente, mas a maioria quer despacho e não se importa com a limpeza.  Tanto que uma pessoa corre de panos e spray nas mãos!

Já estava tão cansada de repetir e pedir pelo distanciamento que deixei que uma senhora me implorasse para eu pedir aos outros que não se colassem a ela, parecia que estava até a sentir-se mal, pois já se abanava. Senti-me culpada porque falhei ali, naquela situação!

Os clientes sem compras, continuam a passar pela linha de caixas, roçando nas pessoas que estão a ser atendidas, ou chocando nos carrinhos, quando têm um local próprio para sair. É uma falta de civismo e de bom senso!

Mesmo com tanto tempo de pandemia, não foi possível civilizar as massas!

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Juntos, mas separados

Estava a atender duas pessoas que julguei estarem juntas já que a mulher estava quase colada ao jovem rapaz. Acontece por vezes duas pessoas estarem juntas e cada uma ter a sua conta.

A dada altura quando o rapaz ia pagar e a mulher estava mesmo ao lado, ele diz "olhe desculpe, eu estou a incomodar?!" E a senhora olha para mim e depois para ele, mas não se afasta . Foi a aí que percebi que não estavam nada juntos. Claro que se eu soubesse que não estavam juntos, não tinha permitido aquela proximidade.

Quando percebi, pedi à senhora para se afastar e disse ao rapaz em voz alta, para que a senhora ouvisse e percebesse o erro: " peço desculpa julguei que estavam juntos, já que esta senhora estava tão perto. Infelizmente as pessoas ainda não perceberam que têm de fazer distanciamento, é um abuso!"

A senhora nem se importou nem enfiou a carapuça! E depois do rapaz sair, ainda criticou, mas eu disse que as pessoas tinham de fazer o distanciamento!

Quando surgiu a pandemia e estas medidas, na altura eu pensei "olha dentro de tanta coisa má desta pandemia, pelo menos trouxe para as pessoas a civilização, agora é que elas vão aprender como é incorreto estarem umas em cima das outras, agora a pessoa já vai conseguir marcar o código do multibanco sem pressões ou sem a preocupação de estarem a observar o código!"

Pois estava enganada! Nem esta pandemia corrigiu esta enorme falha das pessoas. A pandemia vai acabar, e vai voltar tudo à mesma, eu como operadora vou deixar de me enervar com estas atitudes, querem andar todos em cima uns dos outros,  a roçar uns nos outros que andem, se são mais felizes assim!

Mas quando eu estiver no papel de cliente, não vou permitir ninguém em cima de mim.Vou fazer barulho! Enquanto não tiver confortável não pago e o cliente seguinte ou se mete no lugar dele ou fica à espera, horas! Tenho o direito à minha privacidade, para fazer pagamento com multibanco ou de que forma for, todos temos!

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Por vezes ficamos sem palavras

Um senhor está ao telemóvel, e vai colocando as compras com uma mão e segurando o aparelho com a outra, levando mais tempo, além de não me responder se quer saco, e, aparentemente não tendo onde colocar as compras. Já estão outras pessoas na fila.

Prossigo e pergunto se tem cartão continente. O senhor tapa o som do telemóvel, pisca-me o olho e diz "espere terminar só esta chamada porque o cartão continente está na aplicação!"

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Ler antes de mexer...

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Este cartaz com estas informações, existe um em cada caixa, colado no fundo do tapete. Uma vez, um cliente achou que aquilo era o separador do cliente seguinte, e arrancou-o de lá depois de puxar com toda a força! Quando eu disse que não podia tirar aquilo dali, teve a lata de responder que já estava a descolado!