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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

No supermercado o decreto lei 58/2016 já se fez notar

Entrou hoje em vigor o decreto lei que  regulamenta a obrigatoriedade do atendimento prioritário, e sobre qual já escrevi aqui. Como é dia 27 de dezembro e a euforia do natal já passou, pensei que seria um dia calmo, e que certamente, não teria um episódio para contar aqui, ainda.

 

O dia até foi calmo, mas tenho não um, mas dois episódios! O primeiro foi um senhor, com alguma idade, mas que com certeza, não teria 65 anos. Disse:"Sou velhote, posso passar?" Digo:" Não basta ser velhote, tem de ter alguma limitação". Responde:"Ah, tenho uma dor no joelho".  Estava eu ainda a digerir, e o senhor diz: " Estava a brincar! Acho esta ideia tão parva, que resolvi brincar com ela!"

 

Depois na caixa da minha colega da frente, uma senhora, passa pelas pessoas que estavam na fila, chega à frente da operadora, mostra um papel e diz:"Eu tenho prioridade!" Claro que as pessoas  ficaram surpreendidas, por alguém passar assim, sem dizer alguma coisa,  ou pedir licença.  A minha colega responde, que tudo bem...mas que ela não tem de avisar apenas a operadora, mas também as outras pessoas que estavam na fila. A senhora prioritária lá comunicou aos outros, e correu  bem.

 

O que a minha colega viu no papel foi a percentagem de incapacidade, incapacidade essa, que não era visível. Acho que é esta parte que mais me vai custar: a incapacidade não ser visível e ter de perguntar qual é, ou pedir algum documento que comprove. Por mim, até bastava a palavra do cliente, pois suponho que ninguém iria inventar uma incapacidade, mas os outros podem ter dúvidas.

 

 Aproveito para reforçar que a prioridade é igual para os quatro tipos de clientes prioritários: pessoas com deficiência ou incapacidade, pessoas com mais de 65 anos e com limitações, pessoas acompanhadas de crianças até 2 anos, e grávidas em qualquer fase da gravidez . Se na mesma fila existir dois ou três destes tipos de clientes, o atendimento é feito por ordem de chegada!

 

E isto ainda agora começou. Não percam as cenas dos próximos capítulos, porque isto promete! Vão com certeza acontecer situações caricatas, embaraçosas, constrangedoras. É preciso bom senso, discernimento e tolerância...

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Nota: As multas pelo não cumprimento, são feitas,  não só ás empresas, como também às pessoas singulares.

Onde pára o espirito natalício, na ida ao supermercado?

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Nos últimos dias, tenho notado as pessoas muito stressadas, apressadas, impacientes. Parece que andam numa correria enorme para chegar não sei onde. E os dias de maior afluência ainda não chegaram...

 

Uma senhora, depois de colocar alguns artigos no tapete, pega na sua grande carteira aberta e coloca-a em frente ao scanner onde eu tenho de registar os artigos. Digo:" olhe deixou aqui a sua carteira, e assim, não consigo registar", lá a tirou... Deixa-me indignada este abuso do espaço da operadora de caixa que já é tão pequeno!

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Não quero parecer desconfiada, mas uma vez, eu tinha os selos dos copos à minha frente e um senhor estava debruçado em cima do meu ecran, com as mãos quase a chegar aos selos, e a tapar-me a visão para o ecran.

 

De outra vez,  uma senhora estava ainda a arrumar os seus produtos, já uma das clientes seguintes estava a colocar sacos abertos, no tapete de saída.

 

De outra vez ainda, estava uma senhora a querer marcar o código do multibanco e tinha um senhor mesmo colado a ela , de forma que a senhora estava só a enganar-se no código, tive de pedir ao senhor que se desvia-se um pouco, ficando este todo ofendido!

 

 E um senhor que levou literalmente com o carrinho de outro nas costas, pois o outro vinha de costas a empurrar o carrinho e não viu que a pessoa ainda não tinha saído dali!?

 

Faz tanta falta umas marcas no chão para que o cliente que está a ser atendido fique protegido quer dos encontrões, quer da privacidade no pagamento e embalamento das suas compras, bem como, um novo sistema de caixas onde as operadoras não sejam invadidas pela ocupação indevida dos clientes incivilizados, que mexem nas nossas coisas, e invadem o nosso espaço!

Entra em vigor dia 27 o DL58/2016

O D.L.nº58/2016 em vigor a partir de 27 de dezembro de 2016, regulamenta a obrigatoriedade de todas as entidades públicas e privadas que prestem atendimento presencial ao público, de PRESTAR ATENDIMENTO PRIORITÁRIO.

 

Com a entrada em vigor deste decreto lei, o continente vai  continuar a garantir a  exelência de serviço que presta aos seus clientes, cumprindo de forma rigorosa as indicações presentes nesta legislação.

 

Tipos de cliente prioritário...

 

Pessoas com deficiência ou incapacidade

Clientes que apresentem dificuldades físicas ou mentais que limitem ou dificultem a sua atividade. 

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Grávidas

Uma mulher em qualquer fase da gravidez tem direito a usufruir de atendimento prioritário.

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Pessoas com mais de 65 anos e com limitações

Clientes com +65anos e que apresentem evidente alteração ou limitação das funções físicas ou mentais.

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Pessoas acompanhadas de crianças até 2 anos

Clientes que se façam acompanhar de criança até dois anos de idade.

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O que muda na loja

Devemos aceitar o pedido de atendimento prioritário em qualquer área da loja que tenha atendimento presencial ao cliente:

  • Balcão de informação
  • Caixas (checkouts tradicionais e fila única)
  • Balcões de atendimento permanente: talho, peixaria, charcutaria, take-away, padaria/pastelaria, cafetaria, frutas/legumes.
  • Nos balcões os clientes prioritários são atendidos por ordem de chegada

Caixas Prioritárias deixam de existir...

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O cliente prioritário é que tem de pedir prioridades aos outros clientes. Se o cliente não prioritário se recusar a  a deixar passar o cliente prioritário, o nosso dever é transmitir a este, que desde o dia 27/12/2016, todas as entidades públicas e privadas são obrigadas a prestar atendimento prioritário sempre que solicitado ao abrigo do DL58/2016. Se mesmo assim houver confusão, chamar a policia é a solução.

Acredito que no inicio possa haver alguma estranheza, mas espero que com o tempo as coisas se componham...

 

(Este post foi elaborado com auxilio de formação/informação recebida.)

 

 

Cliente não empata cliente

Quando perguntei  a uma cliente se tinha cupões para descontar, não podia imaginar a confusão que ia dar, mas mesmo que imaginasse tinha de o fazer, pois faz parte das minhas funções. O problema foi a senhora encontrar os ditos cupões. Procurou, procurou, ainda lhe disse que era mais rápido ir à maquineta reimprimi-los, mas a senhora dizia "mas estão aqui eu imprimi-os quando entrei"! Tinha uma mala grande cheia de coisas, como é típico em senhoras!

 

Se  calhar o tempo que demorou não foi assim tão grande, mas quem está na fila, fica logo impaciente! Nestas situações as pessoas chegam a mudar de fila e serem atendias, enquanto  a cliente ainda continua a procurar cupões na mala...

 

Acho que é tudo uma questão de hábito e organização terem sempre os cupões, os cartões, o número de contribuinte quando querem fatura,  o dinheiro a jeito. Há sempre formas de organizar as coisas, em envelopes, bolsas, com um clip, etc. Como se costuma dizer "amigo não empata amigo" ou melhor, "cliente não empata cliente"!

 

 

 

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Banco Alimentar dias 3 e 4

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Como cliente, nestes dias fui a três supermercados, e dei sempre alguma coisa. Num dos supermercados, quem veio ter comigo, foi uma menina muito novinha, não devia de ter mais de 11 anos, mas soube bem explicar o que pretendia.

 

Como operadora de caixa, fui reparando  que os portugueses continuam muito solidários, os produtos que mais ofereceram foram: arroz, massas, atum, feijões e salsichas, mas também bolachas, açúcar  e óleo, só que, talvez em menor número. Resolvi que no continente onde trabalho iria oferecer o produto que menos tinha registado. E assim fiz, ofereci uma caixa de cereais, pois fazia parte da lista e apenas tinha registado uma caixa a uma cliente. E como mãe, sei a falta que os cereais fazem para dar ás crianças.

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Quem participou nesta iniciativa, e o que acharam?

Quem foi que te enganou?

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Ouvia-se o choro de uma criança, mais uma birrinha típica de uma criança pequena no supermercado, talvez por querer algum brinquedo ou alguma guloseima, não percebi.

 

O volume do choro dela era superior às vozes dos adultos que a acompanhavam, estes falavam baixinho. No meio de tanto choro há uma palavra que se percebe bem. A criança  dizia "enganaste-me" e depois continuou o discurso, não entendi o resto. Mas,  estaria aquela criança  com a alguma  razão?!