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A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

A lupa de alguém

Sou operadora de caixa num supermercado Continente modelo. É esse universo que eu trato neste espaço...

Não podemos vender bebidas alcoólicas a menores de 16 anos

Já todos sabemos que não podemos vender bebidas com álcool a menores de 16. Aprendemos isso nas formações. Mas é nesta altura do ano que mais nos lembramos disso, pois é altura de comprar as bebidas para a passagem do ano. Também foi dito a todos os operadores de caixa para estarmos atentos ao facto. Hoje lá estava um grupo de cerca de 10 jovens, e de certo alguns deles não teriam 16 anos. Eu sabia que tinha de pedir o BI, pelo menos um deles ( de preferência o que ia pagar) teria de ter idade permitida por lei. Já me preparava para o fazer, mas eles dirigiram-se a outra caixa. A pessoa que pagou tinha 18 anos. Não houve qualquer problema! 

MINI- PILHÃO

Estamos a distribuir aos clientes uns mini-pilhões. 

Se por acaso a operadora se esquecer de lhe oferecer um, peça-o. Sabiam que os mais novos identificavam logo o pilhão mesmo sem estar montado? Acredito que este facto se deve em grande parte ao trabalho dos professores, já que nas escolas começam cedo a falar sobre questões ambientais. Agora já temos um recipiente (grátis) para colocar-mos as nossas pilhas usadas, ficamos com as coisas arrumadas e ainda estamos a ajudar o ambiente!

Ó mãe tu não me deste nada!!!

Chega à minha caixa uma cliente já habitual acompanhada do seu filhote de 7/8 anos. Este rapaz vinha a jogar com a sua PSP portátil e tentava dar nas vistas. Foi então que eu disse : 


-Bem, o Pai Natal

este ano foi muito generoso! Foi o Pai Natal certo?

 

Responde: - Não foi o meu pai...
 

Continuei a passar os artigos e  a conservar com este pequeno, ele tem uma conversa interessante.

 

Conversa puxa conversa, e ele está a contar as prendas que teve e de repente vira-se para a mãe e diz:

- Ó mãe tu não me deste nada!!!
 

A senhora começa a rir com um ar meio atrapalhado: " mas eu dou-te coisas todos os dias!"

 

Pensei: " ups mais valia estar calada, agora o puto não se vai calar enquanto a mãe não lhe der alguma prenda"! O que vale é que acabamos todos a rir da situação!

Os miúdos são terríveis, não deixam escapar nada!

 

Uma aparência impressionante, que atitude mostrar?

Olá. Depois do Natal é tempo de voltar ao trabalho. Neste dia já não houve aquela multidão, a correr para as últimas compras. Foi um dia pacifico com alguns piques de clientela, mas também momentos de pausa.

 

Atendi um cliente que me impressionou e muito. Um senhor já de certa idade. Estava com uns tubos no pescoço e algo na garganta que não soube identificar, comunicou comigo por sinais. Por uns momentos fiquei a olha-lo e a tentar não demonstrar o meu ar de assombro. Eu decididamente nunca seria capaz de trabalhar num hospital, mas ainda bem que há pessoas com vocação para tal, porque estes doentes precisam de alguém que lhes dê força e não de alguém que os olhe com estranheza. É frequente encontrar clientes de máscara, mas a aparência deste senhor…fez-me pensar: que grande coragem a dele ir assim ao supermercado sujeitando-se aos olhares indiscretos de quem ali estava.
 
E vocês já se cruzaram no supermercado ou no centro comercial com alguém nestas condições? Como reagem, com normalidade? Ou  fariam tal como eu (infelizmente ) fiz…disfarçaram o olhar de pasmo?

A importância do embrulho

Hoje houve algo que me chamou atenção. Um cliente comprou uma garrafa de vinho para oferta de Natal. O vinho não era caro, creio que nem chegava a 2€, mas o saco que comprou para o colocar dentro custou 1.20€. Era um saco dourado. O que achei engraçado foi facto de o embrulho custar quase o mesmo que o conteúdo, ou seja, poupamos no recheio mas o embrulho vai dar nas vistas... 

 

E vocês que pensam disto? Também acham que o papel de embrulho ( ou saco) é tão ou mais importante que o conteúdo!? Ou será que facto de o presente ter um embrulho todo XPTO significa que foi caro ?

 

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Depreciação de artigos por validade

De certo que muitos de vós, já encontraram artigos nas prateleiras com um código cor-de-rosa. Denominam-se de artigos depreciados. A depreciação de artigos é a redução de preço para o seu rápido escoamento e traduz-se numa boa oportunidade para o cliente, já que o preço fica bem mais acessível.

 

Esta etiqueta possui:

  • Designação do produto e código de barras de 26 dígitos
  • Novo PVP unitário e por Kg/Lt/Duz e PVP unitário anteriormente praticado
  • Aproximação do Fim do prazo de validade
  • Prazo de validade

O código de barras original está traçado ou tapado e no talão das compras vem lá identificado o artigo depreciado. Esta prática já não é recente e segue algumas regras e normas internas. Já temos alguns clientes fiéis a estes artigos. Pela minha experiência, noto uma maior procura pelos produtos dos frescos, nomeadamente iogurtes, charcutaria  e artigos do talho. É mais uma ajuda para quem quer poupar...

A quem faz os cupões de desconto...

 

Vamos lá então falar mais um bocadinho dos cupões de 50% desconto, daqueles que recebemos pelo correio. Acredito que estes últimos sejam os que mais confusões têm gerado nos clientes. A meu ver estes descontos são uma ajuda, mas muitos clientes não pensam da mesma forma. Acham que é uma forma de os obrigar a comprar aquilo que não precisam. Ninguém os está a obrigar a nada! Só usa quem quer, quem precisa. Se o desconto é de uma produto de marca que não usa tem duas hipóteses: não o usar ou então aproveita a oportunidade de estar mais barato para o experimentar!  

 

O facto de os cupões não serem iguais para todos os clientes, faz com que as pessoas questionem o porquê. Ontem dois clientes que são vizinhos estavam um a seguir ao outro da fila com o desconto de 50% em bacalhau e ambos tinham bacalhau crescido da Noruega, só que um destes clientes o desconto dizia "bacalhau ultracongelado continente". Quando disse ao cliente que não era aquele bacalhau...o homem explodiu de raiva, e entre muitas coisas disse :" o que é que a minha vizinha é a mais que eu?", " uns são filhos outros são enteados". No fim deixou lá o bacalhau, rasgou o cupão ao meio e atirou-o para a minha frente. Fiquei muito sentida com a situação. Ainda por causa deste bacalhau um cliente que se esqueceu de trazer o cupão queria ter o desconto, dizendo que no dia seguinte ia lá levar o papel. Também este saiu de lá zangado (sem razão alguma) dizendo que eram-mos todos uns mentirosos e que não voltava lá mais!  

 

O que às vezes custa, é que a operadora de caixa é segundo muitos clientes a culpada de tudo, e então é lá que aproveitam para descarregar. Acho que nós merecemos um pouco mais de respeito, pois nós estamos lá para fazer o nosso trabalho, tal como nos mandam.

 

O que eu acho é que por exemplo os artigos dos cupões poderiam estar menos específicos, ou seja, mais abrangentes ( e mais claros também). Por exemplo: 50% em azeite oliveira da serra (englobava: garrafão, garrafa, light, virgem, extra). Uma coisa que também me parecia bem, era os artigos dos cupões terem junto das prateleiras uma chamada de atenção. Outra coisa, seria de aquando destas promoções as chefias darem uma breve formação aos colaboradores, nem que fosse uma folha escrita com as instruções, para na altura que os clientes nos questionassem, haver uma resposta concreta e um melhor auxilio. Mais ainda, as pessoas mais velhas e com uma visão menos aberta a estas promoções: haver sempre alguém mais vocacionado para lhes dar as explicações mais adequadas e numa linguagem mais simples e comum, já que muitos destes estão sempre desconfiados.

 

Ficam então aqui estas constatações de uma simples operadora de caixa, na esperança de que alguém do departamento de marketing as leia e lhe possam ser úteis.

 

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