Por vezes e talvez mesmo por distracção , a minha "lupa" direcciona-se para as carteiras dos clientes. Penso que o seu tipo, cor e disposição diz algo dos seus donos. Encontro por vezes as carteiras bem arrumadinhas e todas certinhas; de outras vezes aparecem aquelas que tem papeis e mais papeis e dificilmente se encontra o que se procura nelas; também há outras muito coloridas e de marcas da moda, estas normalmente são de meninas em idade escolar. Outras carteiras estão repletas de fotos. Quase todas elas incluem uma diversidade de cartões já que estamos na era deles. Relativamente aos senhores, gostaria de salientar que há também aqueles com a carteira muito organizada, outros há que nem tanto, isto já para não falar daqueles que usam simplesmente os bolsos para trazerem o dinheiro ou o outro meio de pagamento.
Felizmente cada um é livre de usar a sua carteira como mais lhe convém...
Por vezes há dias e situações menos agradáveis neste trabalho, uma vez que lidamos com vários tipos de pessoas, de diferentes classes sociais, de várias idades e de diversos hábitos. Estes estados por vezes geram pequenos conflitos. Quase todos os supermercados tem uma "caixa expresso" ou/e uma "caixa prioritária ou exclusiva". Muitas vezes há clientes que não compreendem isso e fazem disso motivo de discórdia. Por exemplo se a caixa é expresso está assinalda e deve ser para clientes com poucos artigos(há mesmo um número especifico) ora então há sempre aqueles clientes que estão de olho para verem se o cliente anterior tinha mais artigos e foi atendido e este com menos estará a ser recusado. Isto parece mesquinho, mas infelizmente acontece. Como também acontece dizerem o seguinte." Menina não está aqui mais ninguém na fila porque não me atende?" Um episódio lamentavel que já tive foi um senhor me dizer que nós não queremos é trabalhar! Ora claro que não o podemos fazer pois são as regras do estabelicimento. Porém quando a situação acontece numa caixa perioritária e chega uma senhora grávida , pela experiencia que tenho tido , noto que há mais compreensão por parte das pessoas em cederem o lugar...
Apelo então para a compreensão de todos para estas situações, sejam mais razoáveis!
Como todos já sabemos agora é proibido fumar em locais públicos fechados, e claro está, isso inclui os supermercados... Esta medida confesso que me agradou, não que seja daquelas pessoas completamente "anti" , mas por vezes era bastante desagradável "levar" com o fumo. Quando o cliente passava para o lado de lá para arrumar os artigos tinha logo a tendência de puxar do seu cigarrinho. Ainda num destes últimos dias aconteceu uma situação destas, em que o cliente ao ser chamado a tenção se desculpou gentilmente e disse que foi mesmo um impulso...Nós até lhe achamos graça já que ele ficou tão embaraçado!...
Como referi no meu primeiro post , uma das razões de ter criado este blog foi o meu emprego. E escolhi este nome no sentido em que me coloco como uma observadora do quotidiano das pessoas, daí a lupa de alguém, por a lupa ser um objecto de observação.
Quando entrei para este emprego a intenção era apenas que fosse temporário e até conseguir algo na minha área, já que tenho alguns estudos e experiência, nomeadamente na área administrativa. Entretanto o tempo foi passando, e já lá vão alguns anitos e continuo lá. Mas se por ventura chegar o momento de mudar, mudarei também o cenário da minha observação, continuando porém a falar das experiências profissionais em que cargo for.
Também penso de futuro falar não só do meu emprego mas também dos meus hobbies...
Deixa-me um comentário e diz o que pensas do facto de o meu blog incidir sobre o dia a dia de um local de trabalho virado para o atendimento ao público...
Mais uma vez deixo um post sobre situações no meu emprego. Desta vez deixo umas palavras acerca daqueles clientes que vão ao super mercado quase todos os dias, ao ponto de já lhe conhecermos os gostos, algumas manias para além de parte das suas histórias de vida. Sem falar em nomes tomo a liberdade de relatar algumas situações:
Há uma Senhora que quando pousa os artigos no tapete se lembra sempre de ir buscar mais algum artigo que se esqueceu (acaba também por se esquecer que deixou a fila parada e tarda em regressar);
Outra cliente (lamentavelmente) nunca tem dinheiro suficiente para as compras e no fim de saber o total do preço pede para irmos anulando os artigos até chegar ao valor que ela possui;
Um cliente já de certa idade que conta sempre a mesma história, coisas relacionadas com politica do seculo passado;
Também há outra senhora (muito simpática) que aproveita o tempo em que estamos a passar os artigos para contar e lamentar a sua vida e as saudades do seu defunto marido;
Depois existem também aquelas pessoas que infelizmente na hora de pagar o multibanco dá a palavra"não autorizado" e em que nós diplomáticamente dizemos se não terá outro meio de pagamento já que aquele cartão "não está a dar"!
Esta última situação é embaraçosa, mas é comum... e há sempre uma explicação...
Uma das situações comuns em super mercados são os artigos que não passam no scaner , ou então é o preço que passa no visor não corresponder ao que o cliente viu na prateleira . Quer na primeira, quer na segunda situação estes dois factores geram uma pequena paragem porque a operadora de caixa tem de chamar o "apoio" e daí a fila aumenta.
É então que acontecem as habituais reclamações dos clientes. Palavras como: "isto acontece-me sempre que cá venho" ou "menina isto ainda vaidemorar?" E por vezes chegam mesmo a ser indelicados por este motivo.
Queria fazer um pedido, ainda que andemos sempre com pressa e com muito stress, gostaria de pedir um pouco mais de calma nestas situações...
Em relação a este assunto gostava de referir que por vezes é um exagero a quantidade de sacos de plástico que as pessoas levam com as compras. Circulou a notícia de que o governo ia colocar uma taxa sobre os sacos de plástico. No meu ponto de vista isso só não chega, é preciso haver mais informação nestes locais para que as pessoas sejam consiêncializadas para este assunto.
Até há uns anos atrás, era o cliente quem ensacava as compras. Eram-lhe atribuidos dois ou três sacos que chegavam para as compras da semana. Agora, somos nós, as operadoras de caixa quem praticamente embala os artigos, o cliente sai do supermercado com as mesmas compras, mas distribuídas por sete ou oito sacos, isto porque, num vai a carne, noutro o peixe, noutro os iogurtes... outro para os detergentes, e mais um para as hortaliças... Isto muitas vezes porque o próprio cliente nos adverte para não misturar-mos as coisas. Sem dúvida que muitas vezes não convém misturar detergentes com legumes, mas por vezes é um exagero... E no fim das compras ainda retiram mais uns "saquitos" , que dizem ser para o caso de algum se rebentar...
Já há vários paises, onde os sacos já são em papel, por exemplo nos USA . Se prestarem atenção aos filmes de há várias décadas é em sacos de papel que são transportadas as compras...
No "mundo do plástico", os sacos descartáveis constituem um dos maiores perigos para a vida marinha, chegando a provocar a morte de espécies como as tartarugas, golfinhos ou baleias, que os tomam por alimento. (...)
Actualmente, qualquer Super ou Hipermercado tem o seu "cartão de cliente". Estes cartões normalmente dão para acumular descontos. Há quem goste e até lhe dê jeito, pois aproveita os dias especiais ou os artigos em promoção, mas também há quem não goste... Claro está que ninguém é obrigado a aderir e o trabalho da operadora de caixa também passa por divulgá-los, dando especial atenção ás suas vantagens! Em relação a este assunto já assisti a diferentes opiniões, por exemplo, ao cliente que acha que a intenção da existência do cartão é para fazerem sondagens, ou seja, é uma forma de saberem os produtos mais comprados e quem os usa. Também há quem considere que simplifica e ajuda economicamente os clientes...
Num destes últimos dias quando fiz a habitual pergunta ao cliente: "Tem cartão cliente"?- a resposta que obtive foi: -"Não tenho menina, mas se tivesse ia ao médico"! (este é sem dúvida um cliente do contra). Contrariamente a este, existem aqueles que ao serem informados do saldo do cartão respondem; "Tanto? Que bom menina!" ; outros há que dizem: "gasto aqui tanto dinheiro e tenho sempre tão pouco saldo"!
Pessoalmente eu recomendo o cartão cliente aos meus amigos e familía...
O cliente (homem) na linha de caixa na hora de pôr os artigos no tapete quando vai acompanhado pela esposa:
1º Encosta-se a um qualquer pilar que lá encontra ou então simplesmente cruza os braços enquanto a esposa tira os artigos do carrinho, embala-os e coloca-os de novo no respectivo carrinho;
2º Na hora de pagar, reitra a carteira do bolso (em passo lento) "saca" do seu molhinho de notas e uma a uma vai-as dando á "menina da caixa";
3º Não é ele quem empurra o carrinho da loja até ao parque onde tem o automóvel, mas sim a sua "dedicada" esposa...
É preciso ter vontade, os tempos mudaram... que tal um pouco mais de cooperação...